Kelly Oliveira
Repórter da Agência Brasil
Brasília - Os sinais de aquecimento da economia, ilustrados pela "aceleração de certos preços no atacado", alta de preços de produtos no varejo e a rápida elevação das expectativas dos índices são considerados riscos para a inflação. A conclusão está na ata da última reunião do Comitê de Política Monetária (Copom) do Banco Central, que decidiu nos dias 3 e 4 deste mês aumentar a taxa básica de juros, a Selic, de 11,75% para 12,25%, como mecanismo para conter a inflação. "De fato, adeterioração do cenário prospectivo se manifesta nas projeções de inflaçãoconsideradas pelo comitê. O Copom considera, também, que a persistência dedescompasso importante entre o ritmo de expansão da demanda e da ofertaagregadas tende a exacerbar o risco para a dinâmica inflacionária". Por isso, o comitê considerou necessário elevar os juros, para "por um lado, contribuir para a convergência entre oritmo de expansão da demanda e oferta e, por outro, evitar que pressõesoriginalmente isoladas sobre os índices de preços levem à deterioraçãopersistente das expectativas e do cenário prospectivo para a inflação".Na ata, o Copom diz ainda que, ao aumentar os juros, está contribuindo para a sustentação docrescimento da economia, o que requer estabilidade e previsibilidade, permitindo o planejamento das empresas e famílias, "bem como pararesguardar os importantes incrementos na renda real dos assalariados observadosnos últimos anos".