Alana Gandra
Repórter da Agência Brasil
Rio de Janeiro - O estado do Rio de Janeiro saltou de uma participação de 8% nas exportações nacionais de moda, com destaque para produtos de vestuário, para 12,4% no primeiro quadrimestre deste ano, em comparação ao mesmo período do ano passado. É o que revela estudo realizado pelo Centro Internacional de Negócios da Federação das Indústrias do Estado do Rio de Janeiro (Firjan) e do Serviço de Apoio às Micro e Pequenas Empresas no Rio de Janeiro (Sebrae/RJ).O Rio é o terceiro estado no ranking das exportações de moda. O primeiro é São Paulo, que alcançou o índice de 35,78% no primeiro quadrimestre e o segundo é Santa Catarina, com 33,61% no total das exportações nacionais do setor, no mesmo período. O estados restantes responderam por 18,37% das exportações de moda, de janeiro a abril.
O coordenador do CIN, João Paulo Alcântara, disse hoje (11), na bolsa de negócios da moda Fashion Business, que o Rio de Janeiro ampliou em 3,8% suas exportações de vestuário no período.
Ele ressaltou que, embora o Brasil continue tendo reduções no volume exportado em função do câmbio, “mais uma vez se confirma a estratégia de compensar o cenário desfavorável às exportações com a busca pelo produto diferenciado, pelo produto novo, por uma nova ótica de se trabalhar a moda brasileira, sem viés de tropicalismo ou folclórico”.
João Paulo Alcântara informou que a queda nas exportações do setor é de 20% em relação ao ano passado, em nível nacional, e de 12% em São Paulo.
Ele destacou que, para reverter situações como esta, a criatividade é ferramenta estratégica para os empresários do ramo moda, por tornar os produtos mais desejados e reconhecidos nas principais capitais do mundo. Mais de 75% das exportações fluminenses de moda têm como destino os países desenvolvidos, onde o poder de consumo é maior e a moda tem participação expressiva nessas sociedades.
Portugal e Itália juntos respondem por 22,11% das exportações do setor de moda, efetuadas pelo Rio de Janeiro, enquanto os Estados Unidos se mantêm como principal destino, com participação de 27,27%. O estudo do CIN mostra também que outros países, como Japão e Angola, começaram recentemente a importar produtos fluminenses de moda, participando com 5,80% e 7,18%, respectivamente, do total exportado no primeiro quadrimestre deste ano.
No acumulado de janeiro a abril, as exportações de moda fluminenses atingiram US$ 9,85 milhões, contra US$ 8,4 milhões no mesmo período de 2006. Além disso, o valor do quilo do produto do Rio de Janeiro passou de US$ 66,36 em 2006 para os atuais US$ 79,36. “Quer dizer, continua se valorizando no mercado internacional”, concluiu o coordenador do CIN;
No mesmo período, o quilo do produto brasileiro de moda alcançou valor de US$ 36,62 até abril de 2008, contra US$ 22,89 em 2006.
Alcântara explicou que parte dessa valorização é resultado do produto em si, outra parte é conseqüência do estreitamento das relações comerciais. “Negociando melhor, você consegue remuneração melhor”, disse. Segundo ele, há uma mudança na cultura empresarial de se pensar na exportação como atividade estratégica, que requer um atendimento diferenciado.
Para 2008, a expectativa é de crescimento, apesar do cenário de desaceleração vivido pelas exportações como um todo. “Não será um crescimento expressivo. Mas é uma vitória para o Rio de Janeiro manter-se como o único estado no Brasil que consegue expandir seus negócios do setor de moda, em um ambiente tão desfavorável, o que reforça ainda mais a competitividade que nós estamos criando para um momento futuro”, observou.