Kelly Oliveira
Repórter da Agência Brasil
Brasília - A desestatizaçãode ferrovias levou a melhorias no setor de transporte de cargas, noperíodo de 1997 a 2007. A conclusão é dodiretor-executivo da Associação Nacional dosTransportadores Ferroviários (ANTF), Rodrigo Vilaça,que apresentou hoje (11), no 3º seminário Brasil nosTrilhos, um estudo da Fundação Getulio Vargas sobre osdesafios e perspectivas do setor de transporte ferroviário decargas no Brasil, no período de 2008 a 2015.SegundoVilaça, é necessário continuar investindo naexpansão e manutenção das vias, aquisiçãode novas locomotivas e vagões, modernização dosistema de controle operacional. Ele disse que o aumento dacapacidade logística do transporte ferroviário dependefundamentalmente da ação governamental, "uma vezque a expansão da malha ferroviária está alémdas atribuições das concessionárias".Deacordo com projeção apresentada por Vilaça, em2015, o país deverá contar com 35 mil quilômetrosde ferrovias, mas ainda abaixo do que havia em 1958, 38 milquilômetros. "Isso foi perdido ao longo do período".Ele destacou ainda que a iniciativa privada é responsávelpor 28 mil quilômetros de ferrovias que foram privatizadas.Conforme dados do estudo da Fundação GetulioVargas, de 1997 para 2007, o transporte de produtos em contêineresaumentou 64 vezes (passando de 3,4 mil para cerca de 220 milcontêineres), e o consumo de combustível foi 17% menor,em média. Outra dado é a redução donúmero de acidentes em 81%. Segundo a pesquisa, em2007, o índice de acidentes por milhão de trem/km foide 14,4, sendo que em 2007, esse número era de 75,5. O empregono setor também cresceu, passando de 16,6 mil postos para 33,2mil, aumentando 2,1 vezes.O setor cobra do governo o fim dosgargalos, a expansão da malha, integrada com outros modos detransportes, mudanças na tributação (como aeliminação de impostos de importação decomponentes que não são fabricados no Brasil, estímuloao investimento de longo prazo e o equacionamento de aspectos dalegislação tributária, que dificulta a práticada intermodalidade), entre outras soluções.Um dos gargalos, deacordo com a apresentação de Vilaça, é alocalização inadequada de ferrovias, o que geraacidentes, a sinalização deficiente e construçõesirregulares à margem das ferrovias.