Brasil registra melhoria nos índices de qualidade da educação básica

11/06/2008 - 15h01

Amanda Cieglinski
Repórter da Agência Brasil
Brasília - O sistema de ensino brasileiro cumpriu em 2007 as metas de crescimento para 2009do Índice de Desenvolvimento da Educação Básica(Ideb). O indicador, que é um termômetro da qualidade doensino público no país, foi divulgado pela primeira vez em 2006, comos resultados referentes a 2005. Essa é a primeira vez em queé possível comparar a evolução daqualidade da educação. Nos três níveisavaliados – séries iniciais, séries finais e ensinomédio – houve melhorias e as metas de 2009 foram atingidasantecipadamente. Em 2005, a média nacional para os primeirosanos do ensino fundamental foi de 3,8 pontos, em uma escala que vaide 0 a 10. Em 2007, a nota ficou em 4,2, ultrapassando a meta de 3,9. Nas sériesfinais, o índice era de 3,5 e passou para 3,8, superando ameta de 2007 e a de 2009, que era de 3,7. Foi o ensino médioque registrou o crescimento mais tímido, passando de 3,4 para3,5. Apesar de baixo, essa era a evolução esperada parao período pelo Ministério da Educação (MEC).Para a presidente doConselho Nacional de Secretários de Educação(Consed), Maria Auxiliadora Rezende, os resultados apontam que o paísestá reagindo. “Acho quesinaliza em primeiro lugar que é preciso continuar nessa mesmalinha de tirar o regime de colaboração [entregovernos estaduais, municipais e federal] do papel na construçãode um sistema nacional de educação, ainda queinformal”, avalia Maria Auxiliadora. Entre as cinco regiões,a surpresa foi o Nordeste, que atingiu ou superou asmetas para 2009 em todos os níveis. Nas sériesiniciais, a nota passou de 2,9 para 3,5. Nas séries finais, o índice subiu de 2,9 para3 ,1 e no ensino médio, de 3,0 para 3,1. Em 2005, o Nordestehavia registrado os piores índices em todo o país. Como lançamento do Plano de Desenvolvimento da Educação(PDE), os municípios com os piores resultados receberamprioridade no atendimento, com auxílio financeiro e técnico.Segundo Maria Auxiliadora,os estados que registraram maior crescimento de 2005 para 2007 sãoaqueles que têm uma política contínua na área, o quesignifica que o bom resultado não é fruto exclusivo doPDE. “A gente pode conseguir mudar a lógica da educação.Alguns países já fizeram isso, é precisoassegurar a continuidade de políticas públicas e ocompromisso com a área”, defende.Apesar da melhora nos índices, a educadora avalia que o Brasil ainda precisa avançar. "Acho que tem que ficar um alerta, ainda estamos longe do ideal emtermos de número. De 0 a 10, a gente está no 4,2, isso é muito sério, muito grave. Onosso prejuízo histórico é muito grande", indica.