Bomba de fabricação caseira explode em delegacia no Rio

11/06/2008 - 0h25

Da Agência Brasil

Rio de Janeiro - Uma bomba de fabricação caseira explodiu na madrugada de hoje (11), por volta das 2h30, na delegacia de Campo Grande, no zona oeste do Rio. Segundo informou o titular da delegacia, Marcus Neves, há informações de que o atentado teria sido provocado pela milícia que atua na zona oeste, a mando do vereador Jerominho (PMDB-RJ) e do deputado Natalino (DEM-RJ). Neves afirmou que o atentado pode ter sido uma represália à atuação dos policiais, que têm intensificado a repressão aos grupos de milícias nas favelas da zona oeste."Nós já temos informações de que esse atentado partiu de milicianos que atuam na zona oeste, em especial vinculados ao vereador e ao deputado. As investigações preliminares apontam o envolvimento dessas milícias no atentado, pois a 35ª DP [Delegacia de Polícia] intensificou a repressão ao grupo de milicianos que atua na zona oeste."O delegado afirmou que, segundo inquérito policial instaurado para apurar o caso, duas das quatro pessoas suspeitas de envolvimento direto no atentado já foram identificadas e terão a prisão preventiva decretada ainda esta semana.O Esquadrão Antibombas da Coordenadoria de Recursos Especiais (Core) fez a perícia no local. No momento em que a bomba teria sido arremessada de cima do viaduto de Campo Grande, havia oito pessoas na delegacia. Ninguém ficou ferido. A explosão danificou parte da fachada e atingiu uma viatura estacionada próximo ao local.Investigações da Polícia Civil apontam a existência de duas milícias em Campo Grande. Uma delas, com atuação hegemônica em pelo menos 90% da atividade miliciana, teria ligação com os políticos.O vereador Jerônimo Guimarães foi preso em dezembro do ano passado numa operação da Polícia Civil, por chefiar a quadrilha e realizar instalação de TV a cabo pirata e vender gás irregularmente.