Alana Gandra
Repórter da Agência Brasil
Rio de Janeiro - Artesãs decomunidades de baixa renda de Brasília estãoparticipando, pela primeira vez, do Fashion Business, uma bolsa denegócios de moda realizada paralelamente ao Fashion Rio. São19 grupos de artesãs, apoiados pelo Serviço de Apoio àMicro e Pequena Empresa do Distrito Federal (Sebrae-DF) e pelaSecretaria de Inclusão Social do Ministério da Ciênciae Tecnologia.Segundo a gerente da unidade de EmpreendedorismoSocial do Sebrae-DF, Antonieta Contini, a instituiçãoapóia o projeto de inclusão social por meio da geraçãode trabalho e renda. “E tem tecnologia no nosso trabalho. Temdesign [desenho industrial], tem um diferencial.” Porisso, disse Antonieta, o ministério já apóia ainstituição em dois projetos.A coleção apresentada pelas artesãsdo Distrito Federal no Fashion Business dá seguimento a umprojeto lançado em março em São Paulo, NaLinha dos Chefs de Cozinha, com objetos criados com base emreceitas de oito chefs brasileiros e voltados pararestaurantes. Agora, no Rio, está sendo lançada acoleção À Moda dos Chefs de Cozinha,que introduz frutos e flores comestíveis no mundo da moda. Emagosto, em mostra paralela a ser realizada em São Paulo, oprojeto deverá ser ampliado com a inclusão de criaçõespara coquetéis e festas.Hoje, os grupos de artesãs fecharam com umcomprador da Argentina o primeiro contrato de exportaçãono Fashion Business. Antonieta Contini informou que, comintermediação de uma organizaçãonão-governamental, as artesãs já faziam negócioscom os Estados Unidos, a França e a Itália, vendendooutros produtos. Ela disse que a parceria entre o Sebrae-DF e oMinistério da Ciência e Tecnologia tem 15 anos e éreferência para projetos de inclusão social com geraçãode trabalho e renda, inclusive em outros países, como Angola,na África. O modelo é adotado ainda em váriosSebraes em todo o país. O ponto forte é acomercialização organizada. “Porque nãoadianta fazer um bom trabalho, se tem um gargalo na comercialização”,ressaltou Antonieta. O Sebrae-DF ensina às artesãs comoatender o cliente.Uma das primeiras atendidas pelo projeto, IvoneSimões lidera atualmente o grupo de artesãs e éuma das multiplicadoras de ensinamentos. Ela afirmou que, para amaioria das participantes, esse trabalho funciona como um complementode renda: “Algumas mulheres, inclusive, vivem somente doartesanato. Para elas, é um sucesso dizer que estãoparticipando do Fashion Business, que é uma das feiras maisconhecidas e divulgadas do país.