Marli Moreira
Repórter da Agência Brasil
São Paulo - Os itens alimentícios na cidade de São Paulo subiram em média 5,25%, no período de janeiro a maio deste ano e, para o mês de junho, devem ter alta de 3,3%, segundo projeção feita hoje (11), pelo economista Márcio Nakane, coordenador da pesquisa sobre o Índice de Preços ao Consumidor (IPC), da Fundação Instituto de Pesquisas Econômicas (Fipe). Ele prevê que, no ano, ocorra um aumento de 11% neste grupo, desde que se confirme expectativa de uma melhoria no quadro no segundo semestre. “Tudo vai depender do comportamento da economia e de como ficarão os preços diante de eventuais repasses sobre aumentos de custos de produção”, alertou Nakane. O economista afirmou que, apesar da alta que vem sendo observada nos alimentos, a taxa em junho deverá ser um pouco inferior à da primeira prévia do mês (3,68%), que foi a mais elevada dos últimos seis anos. Nakane fez uma simulação de como o aumento dos preços dos alimentos pesa sobre a inflação. Segundo ele, caso os preços deste grupo tivessem ficado estáveis, o IPC teria oscilado em apenas 0,48%, bem abaixo da medição de 1,30%, observada na primeira prévia de junho.Por causa das elevações dos alimentos, o economista refez a previsão para o IPC de junho, alterando a taxa de 0,94% para l,03%. O arroz continua liderando o movimento de alta, sendo cotado até 21,86% mais caro do que na quadrissemana anterior. O segundo sub-item de maior peso na composição inflacionária é energia elétrica (2,20%), seguida por reparo no domicílio (3,5%). “À exceção dos alimentos, observamos que todos os demais grupos já mostram desacelerações”, apontou Nakane.Ele informou que o sub-item habitação foi o que teve o maior impacto dos gastos mais elevados com reparos no domicílio e energia elétrica, embora tenha tido ligeira desaceleração, passando de 0,74% para 0,73%. Pelas projeções do economista da Fipe, o grupo habitação poderá até cair para a metade e apresentar variação de 0,34%. Ele apontou que um dos efeitos que também colaborou para a alta deste grupo, na primeira prévia do mês, foi o reajuste dos materiais de construção. “A mudança na cobrança do ICMS [ Imposto Sobre a Circulação de Mercadorias], no estado de São Paulo, também contribuiu para onerar os preços”, disse Nakane, referindo-se ao recolhimento que passou a ser feito junto à indústria e não mais em cada elo da cadeia de produção e comercialização.