Lourenço Canuto
Repórter da Agência Brasil
Brasília - Ao realizar um estudosobre os os investimentos do governo e sua importância para ocrescimento do país, o economista e professor da Universidadede Brasília (UnB) Roberto Piscitelli concluiu que, para o paíscrescer os 5% do Produto Interno Bruto (PIB) estipulados como metapelo governo, é preciso a participação dasempresas estatais nesse processo.Piscitelli concedeuentrevista hoje (9) ao programa Notícias da Manhã,da Rádio Nacional. Para o economista, investimentospúblicos e privados estão co-relacionados.“Concomitantemente com o setor privado porque são aplicaçõesinter-relacionadas", disse. Segundo ele, a execuçãodos investimentos nos programas do governo neste ano estãomuito abaixo do previsto. Dos compromissos programados até ofinal de abril, só 5% foram investidos, o que, para ele, é"muito pouco ante o necessário”.No caso das estatais, oíndice de realizações, embora não tenhasido também o desejável, ainda ésignificativamente superior às demais áreas. Atéo final de abril, esse índice foi de 21,3% do total investidopelos outros setores. Piscitelli calcula que o ideal seria ter umprogressão linear dos investimentos até atingir os33,33%. De acordo com oeconomista, no primeiro bimestre de 2008, foram investidos nasestatais 9,3% dos recursos previstos, em dotações eautorizações, enquanto no segundo bimestre a aplicaçãoatingiu os 12%, com ligeira aceleração sobre os doisprimeiros meses do ano.Piscitelli lembra queos investimentos das empresas estatais para este ano estãoprevistos em cerca de R$ 63 bilhões, enquanto as aplicaçõesdentro do orçamento fiscal e da Seguridade Social se situam nacasa dos R$ 40 bilhões. Por isso, ele considera importante oacompanhamento do cumprimento do orçamento das empresaspúblicas, uma vez que a execução do orçamentofiscal é mais lenta.Entre os investimentosdas estatais, 89,2% dos recursos estão na área doMinistério de Minas e Energia. O setor apresentou neste ano omais alto índice de realização da programação,com 23,1% do total até o final de abril.Ao insistir nanecessidade da harmonização dos investimentos públicose privados, Piscitelli enfatiza que "o Estado precisa fazer suaparte porque ele é o grande alavancador do processo decrescimento. Se o governo mostrar sua disposição deinvestir, estará sinalizando a mesma iniciativa para o setorprivado, que deverá acompanhar este esforço e ter maisconfiança de que não vai contar com gargalos pela frente".