Carolina Pimentel e Yara Aquino
Repórteres da Agência Brasil
Brasília - O advogado-geral daUnião, José Antonio Dias Toffoli, disse hoje (9) que obenefício pago pelo programa Bolsa Família pode serreajustado mesmo com as eleições municipais em outubro.“Pode [reajustar]. É um programa que jáexiste. Não há vedação para que hajareajuste . É um programa que já existe, já estáno orçamento há vários anos. Estamos em eleiçõesmunicipais e não federais”, disse Toffoli, ao serquestionado sobre aumento do programa de assistência social dogoverno federal em ano eleitoral. No início da reuniãoministerial realizada hoje (9), no Palácio do Planalto, oministro da Fazenda, Guido Mantega, fez uma exposiçãomostrando que os mais pobres sofreram uma perda de 8% no poderaquisitivo causada pela inflação dos alimentos. Aexposição gerou preocupação com a perdado poder de compra dos beneficiários do Bolsa Família.Embora o ministro de Relações Institucionais, JoséMúcio, afirme que o tema não foi discutido na reunião,assessores do Planalto afirmam que o presidente Luiz InácioLula da Silva gostaria que o reajuste do benefíciocorrespondesse pelo menos ao percentual de reposição dainflação. A intenção de Lula éque os ministros da Fazenda e do Planejamento, Paulo Bernardo, sereúnam com o ministro do Desenvolvimento Social e Combate àFome, Patrus Ananias, para então chegar ao percentual dereajuste. Na última sexta-feira (6), antes de se encontrarcom Lula, Patrus Ananias disse que apresentaria ao presidente umaproposta de reajuste de 6% no valor do benefício, que nãotem correção desde 2006. O reajuste defendido peloministro requer aproximadamente R$ 53 milhões a mais por mês,ou R$ 634 milhões por ano para a cobertura de benefíciosque variam de R$ 18 a R$ 172 por mês. Atualmente, o BolsaFamília custa R$ 870 milhões por mês aos cofrespúblicos.