Daniel Lima
Repórter da Agência Brasil
Brasília - Opresidente do Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social (BNDES), Luciano Coutinho, sugeriu hoje (5) a criação de umFundo Intergeracional de Riquezas para o Brasil como forma de poupançapara gerações futuras, incluíndo recursos previdenciários. Eleparticipou da reunião do Conselho de Desenvolvimento Econômico e Social (CDES) realizada no Palácio do Planalto.
Citandoo presidente da Petrobrás, Sérgio Gabrielli, que fez um balanço da produção de petróleo no País, Coutinhoafirmou que o tamanho da província petrolífera brasileira jáidentificada é de tal magnitude que é preciso repensar as regras naexploração do mineral.
Deacordo com Coutinho, essa riqueza tem uma representação de tal escalaque ela nem sequer deve ser repensada para a atual geração, mas tambémpara as futuras. "Eu creio que a construção deum Fundo Intergeracional de Riqueza como a Noruega tem, e grandespaíses que têm grandes riquezas naturais, deva ser pensada", enfatizou.
Coutinhoafirmou ainda que não se trata de deixar de remunerar a iniciativaprivada, mas, sim, de contribuir, com mudanças legais, para odesenvolvimento de todos os brasileiros. O presidente do BNDES defendeuma discussão sobre o tema, pois considera que o patrimônio nacionalmudou de forma significativa com uma nova "constelação de riquezas".
O presidente do BNDES também mostrou preocupação com o destino dos recursosprovenientes dos royalties do petróleo. Ele sugeriu mudanças nos royalties pagos a estados emunicípios pela exploração dos poços petrolíferos. "Acho que as regras precisam serrepensadas, as regras legais. Não é possível imaginar dilapidar isso deuma maneira pontual, com royalties mal calibrados. É preciso terroyalties sim, mas a calibragem disso precisa ser repensada", disseCoutinho.
Para ele, é preciso gerenciar as riquezas que o país produz hoje, pensando no amanhã. "Olharisso ao longo do tempo. Isso é uma riqueza que perdurará para váriasgerações, varias décadas. É algo que tem que ser repensando em umaperspectiva de 60, 70 ou 80 anos à frente. Então, nós precisamos olharisso com outro olhar", afirmou.