Nielmar de OLiveira
Repórter da Agência Brasil
Rio de Janeiro - O ministro da Defesa, Nelson Jobim, voltou adefender hoje (5) a necessidade de que a Petrobras venha a ajudar na proteçãodas plataformas continentais brasileiras, uma vez que é nelas que se encontragrande parte das riquezas energéticas do país.Para isto, na avaliação do ministro, a Petrobras poderiaarcar com parte dos custos do reaparelhamento da Marinha. “Grande parte das nossas riquezas energéticas se encontram acerca de 150 milhas da costa. E se este assunto interessa também à Petrobras, evidentementeque a empresa deverá e tem que participar, necessariamente, dos custos daimplementação desses serviços”, disse o ministro.Jobim lembrou que, atualmente, a Marinha já participa de uma sériede exercícios em torno das plataformas marítimas para demonstrar acapacidade que o país tem capacidade de promover ações imediatas na área. “Mas, para melhorar isto, nós precisamos também da colaboraçãoda Petrobras”, afirmou.Sobre as declarações do diretor-geral da Agência Nacional doPetróleo, Gás Natural e Biocombustíveis (ANP), Haroldo Lima, de que o país poderiaenfrentar problemas em relação a alguns países que ainda não vêem com bonsolhos a questão da definição do limite das 200 milhas, o que poderia, porexemplo, colocar em risco a posse da Petrobras sobre as descobertas do pré-sal,Jobim lembrou que o país já concluiu a primeira fase do Levantamento da PlataformaContinental Brasileira (Leplac), o que, segundo ele, afasta este risco.“Este levantamento possibilita a extensão da plataformacontinental do país para além das 200 milhas, atingindo 350 milhas náuticas. Naregião de Santos [onde estão as descobertas do pré-sal], não houve qualquerobjeção da comissão da ONU [Organização das Nações Unidas] em relação a essa extensão. Portanto, este assuntoestá tranqüilamente conduzido”, disse.O ministro da Defesa, no entanto, lembrou que háalgumas recomendações da ONU para redução dessas medidas na região Norte, na divisa com a Guiana; na costa do Ceará, exatamente na porção onde está Fortaleza (CE); e também junto a Porto Alegre.“Nessasregiões, o entendimento é que de que o limite seria um pouco menor. Não ficoudemonstrado que a borda da plataforma continental se estenda até as 350 milhasneste ponto. Mas não há nenhuma influência em relação às nossas riquezas energéticas, daárea do pré-sal", garantiu.