Amanda Cieglinski
Enviada Especial
Salvador - Produzir conteúdos digitais nacionais e garantir sua distribuição ao público. Esse é o eixo dos debates do 52º Painel da Associação Brasileira de Telecomunicações (Telebrasil), que será realizada até domingo na Costa do Sauípe (BA). Empresários do setor das telecomunicações, representantes do governo e da sociedade civil participam dos debates. “A inclusão social do cidadão vai ser acelerada se houver a inclusão digital”, defende o superintendente executivo da Telebrasil, César Rômulo Silveira Neto. Ele lembra que se há anos a demanda era por serviços de telefonia fixa, que não atendiam toda a população. Hoje, assinalou, o anseio é por conexão banda larga. “Mas a banda larga é só o meio. É preciso deixar claro qual é a demanda . Então, tem que saber para quem, o quê e com que qualidade”, aponta.Silveira diz que estão sendo criadas as condições políticas para esse processo. Entre elas, a aprovação do Projeto de Lei (PL) 29/2007, que regulamenta a operação das TVs por assinatura, telefonia fixa e móvel. Um dos pontos polêmicos que tem provocado reações negativas entre as redes de TV por assinatura é o estabelecimento de cotas para a produção nacional dentro da programação. “Há um movimento importante para criar condições para a produção independente de conteúdos multimídias. Um segundo movimento é a orientação da produção desse conteúdo”, afirma. Para o superintendente, um grande demandante de conteúdo que pode impulsionar o mercado é o próprio poder público. “Vamos produzir conteúdo para auxiliar a capacitação dos professores no ensino básico, por exemplo. Quem vai contratar isso é o govero, nas três esferas. Eles têm que se conscientizar que precisam investir uma quantidade de dinheiro significativa, botar editais na rua para que esses conteúdos sejam produzidos”, avalia. Amanhã (6), uma das discussões do painel será sobre a implementação do programa Banda Larga nas Escolas, que prevê até 2010 o atendimento a 56 mil escolas da rede pública. Ainda durante o evento, representantes do Ministério da Educação (MEC), do Conselho de Secretários de Educação (Consed) e das empresas que prestarão o serviço nas escolas reúnem-se para discutir os estágios da implantação do programa.