Diretor da ONG SOS Mata Atlântica critica política ambiental

05/06/2008 - 17h52

Luana Lourenço
Repórter da Agência Brasil
Brasília - Ao participar hoje (5)da comemoração do Dia Mundial do Meio Ambiente, noPalácio do Planalto, o diretor da organizaçãonão-governamental (ONG) SOS Mata Atlântica, MárioMantovani, criticou a política ambiental do governo. "Émuito ruim", afirmou, ao defender que o Brasil ainda precisaavançar no setor para ter mais o que comemorar nesta data. O ministro do Meio Ambiente, Carlos Minc, respondeu aos ataques do ambientalista.Oambientalista criticou o Programa de Aceleração doCrescimento (PAC), o programa de biodiesel e a expansão dacultura da cana-de-açúcar. "O PAC hoje éuma desgraça do ponto de vista ambiental. É uma licençapara destruir. É preciso que o governo caia na realidade eveja que é fundamental valorizar as questões ambientaise não querer cortar caminho, como está fazendo."O ministro do Meio Ambiente rebateu às críticas do diretor da ONG. Minc também disse que nãoconcorda com a avaliação de Mantovani sobre o PAC.“Discordo. Acho que é possível desenvolver o paíssem destruir o meio ambiente”, defendeu.Minc citou suagestão à frente da Secretaria do Ambiente do Rio deJaneiro para argumentar que é possível conciliargrandes obras de infra-estrutura com preservação. “Dousempre os exemplos dos licenciamentos ambientais que fizemos no Rio,que foram muito rigorosos, com padrões mais rigorosos que osnacionais. Vamos fazer o mesmo aqui.”Mantovani condenouainda a construção de novas hidrelétricas edisse que o governo, ao estimular o uso desse tipo de energia, nãovaloriza os avanços como o aumento da participaçãoda biomassa na matriz energética. Em 2007, os derivados dacana-de-açúcar ultrapassaram a fonte hidráulicana geração de energia, de acordo com a Empresa dePesquisa Energética (EPE).“A gente acorda com oministro [do Meio Ambiente, Carlos Minc] alucinado, falando emfazer mais três usinas nucleares. Isso não é maisPAC, isso já é má-fé com a sociedade. Épreciso baixar a bola e ver que sustentabilidade começa comprojetos sérios e não com esses devaneios dedesenvolvimento a qualquer custo".Segundo o diretor daONG, durante a gestão da ex-ministra Marina Silva, olicenciamento ambiental chegou a ser usado para justificar a"incompetência" de ministros. "Na verdade, olicenciamento ambiental nunca atrapalhou. O governo sempre passou porcima e fez a obra. Quando o ministro era incompetente e nãoconseguia fazer uma estrada, colocava na conta do licenciamento",afirmou Mantovani.