Roberta Lopes
Repórter da Agência Brasil
Brasília - A presidente daComissão Parlamentar Mista de Inquérito (CPMI) dosCartões Corporativos, senadora Marisa Serrano (PSDB-MS),informou hoje (5) que vai encaminhar ao Ministério Públicoo relatório final do deputado Luiz Sérgio (PT-RJ) etambém o voto em separado apresentado pela oposição.O relatório foi aprovado hoje pela comissão.A senadora considerou frustrante a CPMI, quepoderia ter se aprofundado mais nas investigações sobreos cartões. "Podíamos ter dado mais respostas àsociedade, podíamos ter caracterizado quem realmente estáusando indevidamente o cartão de pagamento. Faltou ser muitomais clara e efetiva essa CPMI.. Isso me frustrou, porque acreditoque uma comissão de inquérito tem de investigar e, seela não investiga, perde muito de seu conteúdo."Sobre o vazamento de dados do suposto dossiêsobre gastos do ex-presidente Fernando Henrique Cardoso, que nãofoi mencionado no relatório final, Marisa Serrano disseesperar que a Polícia Federal, que investiga o vazamento dosdados, faça o indiciamento dos envolvidos. "O governo está se esmerando em usardossiê, e estou sabendo que agora o caso da VarigLog temdossiê. Se esse dossiê é um crime, e isso foicontabilizado como tal, tenho certeza absoluta de que a PolíciaFederal vai apontar, em seu relatório final, os verdadeirosenvolvidos no caso”, disse Marisa Serrano.O relator Luiz Sérgio afirmou que nãopediu o indiciamento por achar que isso seria irrelevante. Segundo odeputado, em toda CPMI, discute-se se a comissão vai indiciaraqueles que são responsáveis por alguma irregulariade.“Por isso, há esse debate se o relator vai pedir ou nãoo indiciamento. Isso é irrelevante. O MinistérioPúblico, a partir do relatório da CPMI, tem poder paraindiciar, ou não, independentemente de haver pedido.” Para a oposição, a CPMI terminou empizza. O líder do PSDB no Senado, Arthur Virgílio(AM), criticou a falta de pedidos de indiciamento no relatóriofinal. "CPMI é para investigar indícios de culpa,suspeições, para que o Ministério Públicoe a Justiça avalizem. O que houve, na verdade, foi a montagemde uma tropa de choque com a ordem palaciana para nãoinvestigar nada, não deixar acontecer nada que arranhe aministra Dilma [Rousseff, chefe da Casa Civil] e o presidenteLula", afirmou.Odeputado Índio da Costa (DEM-RJ), autor do voto em separado daoposição, afirmou que fez mais de 400 pedidos de indiciamento quejulgou necessários às investigações da comissão e que não foramacatados pelo relator da comissão. "O relatório final e o paralelo [o voto em separado da oposição]serão encaminhados ao Ministério Público e à Polícia Federal. Agoratemos provas, dados suficientes para que a justiça possa atuar deacordo com o que precisa para acabar com o abuso no uso dos cartõescorporativos", explicou.