Coordenador do Greenpeace se preocupa com o projeto de lei do senador Flexa Ribeiro

05/06/2008 - 15h08

Da Agência Brasil

Brasília - No DiaMundial do Meio Ambiente, o coordenador de Campanha de Florestas doGreenpeace, Marcio Astrini, criticou o projeto de Lei 6.425, de 2005, deautoria do senador Flexa Ribeiro (PSDB-PA), que permite a derrubada de 50% davegetação nativa de propriedades privadas na Amazônia.“Naminha opinião essa proposta é absurda, principalmentequando o mundo enxerga a Amazônia como um santuário aser preservado. Ao meu ver o Congresso dá um sinal claro de que não temnenhuma preocupação com a preservação dafloresta”, alegou Astrini.O ambientalista mostrou preocupação também com a Medida Provisória 422, de 2008, que aumenta de500 para 1.500 hectares, o limite de terras passível deregularização fundiária sem licitaçãopública. Mas demonstrou confiança na declaração,feita pelo ministro do Meio Ambiente, Carlos Minc, de que opresidente Luiz Inácio Lula da Silva, se compromete a realizaro veto do projeto de conversão da MP, caso ele venha a ser aprovado pelo Congresso Nacional.“Agente espera que isso seja verdade, e se isso acontecer é uma sinalização muito boa do governo federal de preocupação com o combate ao desmatamento”, afirmou Astrini, em entrevista hoje (5) ao programaRevista Brasil da Rádio Nacional. O ambientalista disse que, infelizmente nãotem motivos para comemorar a data de hoje (Dia Mundial do Meio Ambiente), devido os últimos dadosdo Instituto Nacional de Pesquisas Espaciais (Inpe), que revelaram atendência de aumento no desmatamento da floresta Amazônica.

Naopinião do coordenador do Greepeace, deveria existir um plano nacional decombate ao desmatamento, pois 80% da devastação dafloresta é ilegal e as conseqüências sãoprejudiciais ao meio ambiente e ao desenvolvimento do país.

“OBrasil não tem projeto, que vise desestimular ou combater odesmatamento. As chuvas da Amazônia são essencias para ageração de energia, essenciais para agricultura epecuária, que são os carros-chefes da nossa economia.Cada vez que a gente desmata umaárvore da Amazônia, a gente perde essa incrívelvantagem competitiva que o Brasil tem no setor agropecuário,e de grande produtor de alimentos para o mundo ”,afirmou Astrini.O ambientalista parabenizou o presidente Lula pelaassinatura do decreto, que cria três novas unidades deconservação ambiental na Amazônia Legal e também pela mensagem,que será encaminhada ao Congresso, de projeto de lei queinstitui a Política Nacional sobre Mudanças do Clima.