Daniel Lima
Repórter da Agência Brasil
Brasília - A empresária Luiza Helena Trajano, proprietária de uma das maiores redes de varejo do país, achou acertada a decisão do Banco Central (BC) de elevar a taxa básica de juros, a Selic, em 0,5 ponto percentual. Para ela, o pior cenário é a volta da inflação e o BC tenta agir da melhor forma com a ferramenta de que dispõe."Acho que tem que reter a inflação. Pior de tudo seria a inflação voltar, pois o consumo realmente aumentou. Mas acredito que [a elevação dos juros] tem que ser passageira. Ninguém agüenta uma taxa de juros alta."A empresária também afirmou que o reajuste ficou dentro da expectativa e do equilíbrio para conter o consumo. Luiza enfatizou que ninguém quer o aumento dos juros, tampouco da inflação, mas ressaltou que o Banco Central não pode agir de forma a reajustar a taxa de uma vez só."Como ainda essa há essa iminência [elevação da inflação], não se sabe se é por causa do momento atual dos grãos, não se sabe se o consumo está maior e a especulação. É preciso ir devagar mesmo”, avaliou Luiza, que participou hoje (5) no Palácio do Planalto, da reunião de Conselho de Desenvolvimento Econômico e Social (CDES).Ela informou também que setor varejista não tem percebido o impacto da inflação no preço de eletrodomésticos, eletroeletrônicos e móveis. "Nós não sentimos o impacto no produto e no preço. Mas as pessoas se endividaram muito e agora elas estão entendendo que não é só o valor da prestação. Parece que começou a ter um entendimento que tem caber no bolso."Segundo empresária, a rede de varejo da qual ela é proprietária registrou um crescimento menor no ritmo de vendas após do Dia das Mães, devido à percepção dos consumidores sobre o limite de endividamento.