Marli Moreira
Repórter da Agência Brasil
São Paulo - A indústria automobilística elevou hoje (5) a projeção de vendas ao mercado interno para 2008, bem como de exportações e de produção. No começo do ano, o setor calculava aumentar a comercialização doméstica em 17,5%, correspondente a 2,4 milhões de veículos, número que foi alterado para 3, 06 milhões, 24,2% acima do registrado em 2007. Com isso haverá nova quebra de recorde histórico, porém, o período de demanda mais forte deve permanecer concentrado no primeiro semestre. Quanto às exportações, as montadoras esperavam repetir o faturamento do ano passado (US$ 13,5 bilhões), mas com a demanda aquecida no mercado internacional, principalmente, nos negócios transacionados com os parceiros da América Latina, esse volume foi revisto e, agora, o setor projeta uma alta de 7,4%, com o faturamento alcançado a US$ 14,5 bilhões.A produção, com crescimento, inicialmente, previsto em 8,9%, com 3,2 milhões de veículos ante 2,9 milhões registrados no ano passado, deve expandir 15% atingindo, o que siginificam 3,4 milhões de unidades. Esses novos números foram recalculados e divulgados hoje (5), durante a apresentação mensal de desempenho do setor, pelo presidente da presidente da Associação Nacional dos Fabricantes de Veículos Automotores (Anfavea), Jackson Schneider.Segundo Schneider, a indústria passou a trabalhar com “um novo patamar de mercado”, referindo-se ao fato de que, desde janeiro deste ano, o total de carros produzidos tem mantido a marca mensal superior a 200 mil unidades. “O crescimento de agora em diante deve se sair de maneira mais cadenciada, de maneira menos contundente, mas ainda positivo e o fundamental é que esse crescimento tem se dado sem desabastecimento do mercado, com o preço do veículo, absolutamente, em patamar adequado e com investimentos importantes no sentido de atender a demanda”, disse o presidente da Anfavea. De acordo com as projeções da entidade, a média mensal de produção será mantida em algo em torno de 200 mil unidades. Em maio último, houve um pequeno decréscimo na produção sobre o mês anterior (-3,5%), com 289,9 mil unidades ante 300,5 mil constatados em abril, quando foi alcançado o melhor nível da história do setor. Essa queda, no entanto, foi atribuída ao número menor de dias úteis, já que em maio ocorreram dois feriados prolongados, segundo justificou Schneider. Nos cinco primeiros meses do ano, a produção já atinge l,37 milhão, 21% mais do em igual período de 2007.Na mesma base de comparação, o número de veículos nacionais e importados licenciados acumulam 30,3% de alta de janeiro a maio e 14,5% sobre o mesmo mês do ano passado. Sobre abril último, houve uma diminuição de 7,4%, com o emplacamento de 242 mil unidades ante 261,2 mil em março. Como a alteração das estimativas apresentadas hoje pela Anfavea indicam a expectativa de que, no fechamento de 2008, as vendas domésticas devam ficar 24,2% acima de 2007, isso significa que também há uma contenção na demanda interna, no segundo semestre.As exportações no acumulado do ano foram 10,6% maiores do que o registrado no mesmo período do ano passado, com US$ 5,6 milhões ante US$ 5,08 milhões. Sobre abril, caiu 11,1% com US$ 1,1 milhão ante US$ 1,25 milhão e, comparado ao movimento de maio de 2007, houve queda de 6,6% .