Isabela Vieira
Repórter da Agência Brasil
Rio de Janeiro - O lançamento de uma cartilha sobre o acesso aos direitoshumanos deve marcar o Dia Nacional do Cigano no Rio de Janeiro, comemorado hoje(24). O documento traz também informações sobre a cultura do povo cigano e asformas de denunciar o preconceito sofrido por essa população.A cartilha foi elaborada pela da Secretaria Especial dos Direitos Humanos daPresidência da República em março. Agora, conta também com folder sobre acampanha contra a discriminação dos ciganos no sistema de saúde.De acordo com a presidente da Fundação Santa Sara Kali, Mirian Stanescom,muitos ciganos deixam de ser atendidos em postos de saúde e hospitais porquenão têm documentos ou residência fixa.“Também existem ciganos pobres e ricos. No interior do país, muitos não têm nemdocumentação, então fica difícil para eles serem atendidos”, explicou Stanescom.O lançamento da campanha de saúde chamada Sasastimôs Saorrengue, que significasaúde para todos, será feito no parque Garota de Ipanema, zona do sul do Rio.No local está o primeiro templo do Brasil dedicado a Santa Sara Kali, padroeirados ciganos.O evento está marcado para as 16h e terá apresentações de música, dançastípicas e gastronomia. Está prevista também a divulgação dos vencedores doprêmio Culturas Ciganas, promovido pelo Ministério da Cultura.“Somos apenas uma minoria étnica. Queremos que o cigano saia da invisibilidade,que seja tratado como povo brasileiro com todos os direitos humanos”, disseMirian Stanescom sobre as comemorações.De acordo com estimativas da Fundação Santa Sara Kali, existem no Rio deJaneiro cerca de 40 mil ciganos de um total de 800 mil em todo o Brasil. Amaioria dos ciganos que vivem na cidade moram na Baixada Fluminense, boa parte,em Nova Iguaçu, município com população de baixa renda.