Sergio Resende diz que Brasil errou ao não investir em microeletrônica

20/05/2008 - 17h19

Danilo Macedo
Repórter da Agência Brasil
Brasília - Os governos brasileirospassados erraram ao considerar que o país não tinhaoportunidade de competir na área de microeletrônica. Aafirmação é do ministro de Ciênciae Tecnologia, Sergio Resende, que participa do “IC ExecutiveSummit”, um fórum de líderes de empresas deeletroeletrônicos e de semicondutores, elemento fundamentalpara esse tipo de indústria.“Foi um erro deavaliação, porque para termos tecnologia épreciso ter recursos humanos, gente formada, treinada. Nosso governoconsidera que o Brasil não pode abrir mão de nenhumatecnologia. Temos 180 milhões de habitantes e, certamente,temos pessoas capacitadas para atuar em qualquer área, desdeque haja investimento na formação de pessoas e deempreendimentos”, afirmou Resende.O ministro explicou que,na década de 1980, o país chegou a ter 20 empresas decomponentes eletrônicos. Com a abertura do mercado na décadade 1990 e políticas que não incentivavam a produçãonacional na área, hoje só existem três empresas do setor, masnenhuma delas fabrica o semicondutor, elemento que pode ser tratadoquimicamente, para transmitir e controlar uma corrente elétrica.Para correr atrásdo prejuízo e atrair empresas do setor, o governo brasileirocriou o Programa de Apoio ao Desenvolvimento Tecnológico daIndústria de Semicondutores (PADIS), com projetos de concessãode incentivos fiscais para empresas da área interessadas em seinstalar no país. Além disso, também foramcriados centros de treinamentos, para a capacitação de1.500 profissionais especializados até 2010.Opresidente da Agência Brasileira de Desenvolvimento Industrial(ABDI), Reginaldo Braga Arcuri, explica que a instalaçãode uma fábrica dessas no Brasil requer investimentos de cercade US$ 5 bilhões. Também seriam necessárioscerca de 150 profissionais com nível de doutorado,especialistas em semicondutores, além de diversos outros emgraus intermediários. O país ainda não conta comisso.Resendeestima que, a partir do fórum, que vai até amanhã(21) e conta com representantes de grandes empresas de todo o mundo, comoIBM, Motorola e Toshiba, o Brasil possa ter, até o fim do ano,um posicionamento oficial para a instalação de umafábrica no país. Ele afirmou que algumas dessasempresas, inclusive, já agendaram reuniões com oministro de Desenvolvimento, Indústria e ComércioExterior, Miguel Jorge, mas não quis revelar seus nomes.