Amanda Cieglinski
Repórter da Agência Brasil
Brasília - Se nas regiõesSul, Sudeste e Centro-Oeste o analfabetismo entre os jovens de 15 a24 anos tornou-se um problema residual, com taxas em torno de 1%, noNordeste o problema persiste. Entre os jovens de 15 a 24 anos a taxaé de 5,3%, entre 25 e 29 anos o número sobe para 11,6%.A análise é da pesquisa Juventude e PolíticasSociais no Brasil, divulgada hoje (20) pelo Instituto de PesquisaEconômica Aplicada (Ipea). O relatório é umacompilação de outros estudos que abordam a temática da juventude. Apesar das desigualdades regionais, a pesquisa indica uma“acentuada redução do analfabetismo no segmentojovem”. De 1996 a 2006, a taxa de analfabetismo na populaçãode 15 a 24 anos em todo o Brasil caiu de 6,5% para 2,3%. Entre o grupo de 25 a 29anos, a variação foi de 8,1% para 4,8%. O estudo apontaa baixa qualidade do ensino fundamental como uma das razõespara os índices de analfabetismo nessa faixa etária, jáque 40,9% da população analfabeta declara terfreqüentado a escola sem, no entanto, ter aprendido a ler eescrever, segundo dados da Pesquisa Nacional por Amostra de Domicílios, elaborada pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (Pnad/IBGE). O relatório doIpea ressalta as novas diretrizes do programa Brasil Alfabetizado, doMinistério da Educação (MEC), como um esforçopara reverter esse quadro. Mas critica a descontinuidade entre aalfabetização e o programa de Educação deJovens e Adultos (EJA), já que a maioria dos participantes doBrasil Alfabetizado não dão continuidade a suaformação. “Dados do programa Brasil Alfabetizadoindicaram que apenas 6,2% dos alfabetizados, em 2006, se matricularamem cursos de EJA. Isto evidencia a desarticulação numcontexto em que existe a oferta de EJA”, diz o relatório. Outra deficiênciaapontada na EJA é a carência de oferta em algunsmunicípios que ainda não oferecem a modalidade. Em2006, foram registradas 3,5 milhões de matrículas parao ensino fundamental do EJA. O crescimento foi apenas de 3,5% emrelação a 2005.