Sabrina Craide
Enviada Especial*
Foz do Iguaçu, Paraná - Apesar de sermais cara do que a energia gerada por hidrelétricas, a energiaeólica, que é produzida pela força dos ventos,custa menos que as outras formas que o Brasil utiliza hoje paragarantir sua segurança energética, como as usinastérmicas a óleo, a diesel e a carvão. “Não podemos abrir mãodessas formas de geração, mas podemos diminuir aparticipação delas, acrescentando mais geraçãoeólica, biomassa e pequenas centrais hidrelétricas”,avaliou o presidente da Associação Brasileira de Geraçãode Energia Eólica, Lauro Fiúza, que participa do Fórum Global de Energias Renováveis, em Foz doIguaçu. Ele explica que o megawatt-hora daenergia eólica custa no Brasil em média R$ 200,enquanto o das térmicas a diesel e a óleo chega a R$600. Fiúza acredita que o preço da energia eólicapoderá cair no país à medida em que forem dadasgarantias de compra e incentivos. “Incentivos fiscais,financiamentos apropriados e um programa de longo prazo irãobaixar o preço e contribuir para um maior incremento daenergia eólica como complementar da energia hidrelétrica”, disse. Segundo o especialista, apesar de teruma das maiores jazidas de ventos do mundo, a participaçãoda energia eólica na matriz energética brasileira é“insignificante”. Do total de 100 mil megawatts que sãogerados no país, 247 são produzidos pela forçados ventos, o que representa 0,2% do total. “No momento em que o Brasil volta acrescer aceleradamente, precisamos de todas as fontes disponíveis”,disse ele, lembrando que o país não pode ficartotalmente dependente das hidrelétricas. Para Telmo Astorqui, gerente deDesenvolvimento de Negócios para a América Latina daIberdrola, empresa espanhola de geração e distribuiçãode energia, é um erro dos países da AméricaLatina achar que a energia eólica é mais cara que atérmica. “Se os impactos ambientais da energia térmicafossem incorporados aos preços, seria mais caro, mas isso nãoé feito”, criticou. Segundo ele, esse tipo de energia nãocresce na região por falta de financiamentos.