Preço do pãozinho não deve cair com desoneração do trigo, prevêem panificadores

19/05/2008 - 18h04

Danilo Macedo
Repórter da Agência Brasil
Brasília - O pãozinhonão deve sofrer redução significativa de preço apesardo anúncio da suspensão da cobrança do Programa deIntegração Social e Contribuição paraFinanciamento da Seguridade Social (PIS/Cofins), até dezembro,para o trigo, a farinha e o pão francês. A afirmação foi dada, hoje (19), pelo presidente daAssociação Brasileira da Indústriada Panificação e Confeitaria (ABIP), Alexandre Pereira.Em entrevista ao programa Revista Brasil,da Rádio Nacional, ele disse que a medida atingiráapenas 5% do mercado de panificação, já que 95%das padarias brasileiras são micro e pequenas empresas e,portanto, não pagam PIS/Cofins. O imposto representa 9,25% detributação sobre os três itens. Pereira contou que, nos últimos 12 meses, opreço da farinha de trigo aumentou 90% e o do pãozinho25%. Grande parte da alta, entretanto, se deu a partir dejaneiro, com 60% de aumento em um ano, quando a saca de 50 Kg de farinha passou de R$ 70para R$ 112. “Osetor estaria se preparando em maio para um novo reajuste. O que nóspodemos afirmar é que, em função disso [suspensãoda cobrança do PIS/Cofins], não haverá nenhumtipo de reajuste do pão francês em maio, e há umatendência de algum tipo de queda. Mas não uma queda de10% ou 15%, como governo anunciou. Poderá haver uma queda, de3% a 4%, mas quando a farinha de trigo chegar maisbarata nas padarias, e isso, efetivamente, não aconteceu”,afirmou.O presidente da ABIPressaltou que sempre se fala do pão francês porque ele éo carro-chefe das padarias, mas a farinha de trigo é utilizadana fabricação de vários outros produtos, comomassas e biscoitos. Por isso, ele defende a autonomia do paísna produção de trigo.“É uma questãode segurança alimentar. É importante para o Brasil queele realmente tenha auto-suficiência no trigo para que possamosficar mais independentes no que tange à segurançaalimentar. Devemos ter uma política mais séria emrelação à triticultura nacional, para que nãosejamos pegos de surpresa novamente quando a Argentina resolverquebrar os contratos com o Brasil”, destacou.Em abril, o governolançou o Plano Nacional de Trigo, que visa a estimular o aumentoda produção do grão em até 25% jápara a próxima safra.