Política industrial não deve privilegiar setores, defende professor

19/05/2008 - 0h59

Da Agência Brasil

Brasília - O governoanunciou na última terça-feira (13) uma nova políticaindustrial, que pretende aumentar as exportações,estimular a criação de pequenas e médiasempresas e elevar a participação brasileira no comérciointernacional. Com base nesses anúncios, surge uma sériede debates referente ao investimento e desenvolvimento tecnológico,competitividade da indústria brasileira e inserção nomercado estrangeiro.

Ementrevista ao programa Notícias da Manhã, da RádioNacional, o professor e pesquisador do Instituto Brasileiro deEconomia da Fundação Getúlio Vargas (FGV),Maurício Canedo, ponderou alguns pontos dessa pacote.

Para ele, a política industrial écomposta por medidas que desoneram investimento em capital fixo e que estimulam o desenvolvimento. No entanto, teme quealgumas medidas setoriais possam favorecer apenas alguns setores,que teriam prioridade na concessão de benefícios.

“A política industrial peca um pouco por conta desses subsídios. Essas desonerações seriam mais adequadas se houvesse medidas mais horizontais”, explicou.

Oespecialista considera a inovação tecnológicaimportante, porém não concorda que o governo coloqueesse setor como prioridade.

“OBrasil deve investir também em setores tradicionais, pois temos vantagens comparativas como agronegócio e o biodisel. Podemosfazer inovação também em setores tradicionais”, completou.

Canedo pondera que se todos os setores forem incluídos no pacote, o efeitoserá positivo. No entanto, segundo ele, é importante que o paísmantenha o foco nos setores em que tem vantagem comparativa, com nos deprodução e de qualificação de mão-de- obra.