IBGE inicia coleta de dados para pesquisa sobre orçamento familiar

19/05/2008 - 19h21

Ana Luiza Zenker
Repórter da Agência Brasil
Brasília - A partir de hoje (19), 65 mil residências de brasileiros vão receber visitas de pesquisadores do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE), que vão coletar dados como a renda familiar e individual e o consumo, além de pesar e medir cada pessoa da família. É a Pesquisa de Orçamentos Familiares (POF) 2008/2009, cuja fase de coleta de dados segue até maio de 2009.“Além do que as pessoas adquirem, nessa POF nós estamos investigando também o que realmente as pessoas estão consumindo, tanto no domicílio quanto fora do domicílio, esta é a fatia inédita da POF”, afirmou o pesquisador responsável  Edilson Nascimento.Durante 12 meses, 750 supervisores e agentes de pesquisa devem visitar cerca de 230 mil pessoas e acompanhar a rotina de consumo delas por nove dias, realizando quatro ou cinco visitas às casas, para coleta de dados e preenchimento de sete questionários.Nascimento ressalta que os informantes, que vão ser visitados pelo IBGE, não precisam se preocupar se vão ter tempo para receber os agentes de pesquisa. “Na verdade, o coletor do IBGE, o agente de pesquisa da POF, está à disposição do informante, então ele agenda todo o preenchimento, ele marca horário”, explicou.Os dados que vão ser levantados incluem informações da residência, como tipo de moradia, localização, disponibilidade de serviços públicos; informações de cada um dos moradores, como sexo, idade, nível de instrução, despesas rotineiras, rendimentos, se tem cartão de crédito, cheque especial, plano de saúde.Uma novidade, trazida pelos resultados da POF 2002/2003, a última realizada, é a pesquisa do consumo de energia alternativa e o uso de produtos orgânicos. “A gente está também pesquisando um detalhe de consumo, se as pessoas adquirem e consomem produtos orgânicos, alimentos light e diet, [informações que] a gente já sabe hoje que são usadas para a saúde pública, estratégias de políticas de saúde”, disse.Os questionamentos sobre nutrição e segurança alimentar também incluem as medidas antropométricas. “A gente pesa e mede cada morador individualmente, para complementar as variáveis referentes ao tema de nutrição, segurança alimentar”, afirmou Nascimento.Há ainda um questionário “de percepção”, que é respondido por uma pessoa da família, sobre o que ela acha da prestação de serviços públicos e da sua renda, se, por exemplo, é suficiente para alimentar a família.O estado com o maior número de municípios visitados será Minas Gerais, com 5.982, seguido pelo Espírito Santo (4.385 municípios), por São Paulo (4.137 cidades) e pela Bahia, onde vão ser visitadas 3.465 localidades. Para a realização da pesquisa, serão investidos R$ 23 milhões. Cerca de 43% desses recursos vêm de um convênio com o Banco Mundial e o Ministério da Saúde. Os primeiros resultados devem ser divulgados no fim de 2009.