Cientistas discutem programa de pesquisas da Amazônia

19/05/2008 - 17h26

Petterson Rodrigues
Repórter da Agência Brasil
São Paulo - Quarenta cientistas doBrasil, de outros países da América do Sul, dos EstadosUnidos e da Europa discutem hoje (19), em Campinas (SP), os rumos doPrograma de Grande Escala da Biosfera-Atmosfera na Amazônia(LBA na sigla em inglês).Os especialistas formam o ComitêCientífico do programa.Estão entre asprioridades do encontro o debate sobre as formas de captaçãode recursos para o programa e o planejamento da ConferênciaCientífica Internacional. Prevista para os dias 17 a 21 denovembro, em Manaus, a conferência tem como tema Amazôniaem Perspectiva: por uma Ciência Integrada. Antes da reuniãodo comitê, o pesquisador Paulo Artaxo falou para autoridades,gestores públicos e outros pesquisadores sobre o LBA.Em entrevista àAgência Brasil, o presidente do comitê científicoda LBA, Mateus Batistella, explicou o papel do programa. “O LBA éum grande programa de pesquisas para Amazônia. Tenta serelacionar através de pesquisas sobre o que acontece no meio,as mudanças que o homem vem fazendo para atmosfera, o aumentodos gases e aquecimento global.”Batistella disse tambémque, após uma década de trabalho, o comitê vaiconvidar outros profissionais para debater o programa. “A nossaidéia é trazer outros cientistas que não estãono programa, inclusive de outras áreas”.O LBA atualmente éum programa governamental e teve sua regulamentaçãoaprovada em setembro de 2007 pelo Ministério de Ciênciase Tecnologia (MCT). O programa é uma iniciativa internacionalliderada pelo Brasil e conta com mais de 130 propostas diferentes depesquisa, já executadas ou em execução.De acordo cominformações do MCT, o programa foi viabilizado em 1998por meio de acordos internacionais e é uma das maioresexperiências científicas do mundo na áreaambiental.O presidente do comitêdisse ainda não acreditar em mudanças no Ministériodo Meio Ambiente, com a nomeação de Carlos Minc para olugar de Marina Silva. “A primeira perspectiva é do próprio[presidente] Lula, as políticas continuam”.Para Batistella, devehaver uma discussão se as políticas existentes sãosuficientes ou não para a preservação daAmazônia e o que é mais prioritário. “Sedevemos ser mais agressivos nas políticas de crescimento ou depreservação. Nós esperamos que a Amazônianão saia de foco.”