Adriana Brendler
Repórter da Agência Brasil
Brasília - A resistênciailegal e violenta de fazendeiros na área da Reserva IndígenaRaposa Serra do Sol, em Roraima, com derrubada de pontes, bloqueio deestradas e agressões a indígenas já foidebelada, de acordo com o ministro da Justiça, Tarso Genro.Segundo ele, “oúltimo reduto de contencioso mais forte”, que foi aobstrução de estradas pelos indígenas, jáestá resolvido com a ação da PolíciaFederal. O ministro disse quemanifestações pacíficas que vêm ocorrendoagora por parte de índios e dos arrozeiros fazem parte daordem democrática.“Essa resistênciafoi debelada. Manifestações que acontecem agora, deforma pacífica, fazem parte da ordem democrática, osfazendeiros e os índios se mobilizarem, apresentarem suasdemandas. O que não pode ocorrer é obstruçãode estradas, ataques a bens públicos, resistências aordens policiais legítimas, e isso já faz algum tempoque não está ocorrendo mais”, disse o ministro depoisde receber hoje (13) manifestantes do Movimento dos Sem Universidade(MSU).O espera que nãoocorram mais atos de violência na região, mas disse quese ocorrerem o Estado de Direito, representado pela União, vaiatuar, e Polícia Federal vai continuar desarmando índiose fazendeiros para manter a tranqüilidade no local.Para Tarso, o atraso nadecisão do Supremo Tribunal Federal (STF) sobre as terrasindígenas, em conseqüência de duas petições,uma apresentada pela Funai e outra pelo governo do estado de Roraima,é normal.“Essas petiçõesque entraram, ele [ministro Ayres Brito, relator da açãono STF] tem obrigação processual de dar vistas àProcuradoria-Geral da República, e depois da manifestaçãoda procuradoria colocar em pauta. É um procedimento normal,que temos que compreender e manter a nossa atenção paraque o território lá continue tranqüilo”, disse.Segundo o ministro, ainformação do ministro Ayres Brito é que ojulgamento no STF seja adiado em mais uma semana além do prazode 15 dias anteriormente previsto.Sobre a prisãona semana passada do líder arrozeiro e prefeito de Pacaraima,Paulo César Quartiero, o ministro disse que o flagrante foitecnicamente bem feito e que suas ações pregressas“recomendam sua prisão preventiva, mas o Poder Judiciárioé que vai apreciar jurídica e tecnicamente essaquestão. Eu como ministro da Justiça, vou me cingir aoque for decidido”.