Da Agência Brasil
Brasília - Mesmo após umavião de carga ter pousado na maior cidade de Mianmar – atingida pelo ciclone Nargis em 2 de maio – para levar mantimentos àpopulação, o país ainda precisa de ajuda. É o que afirma o diretor-executivo da organização-não governamental Médicos sem Fronteiras (MSF), ErikStobbarts.De acordo comStobbarts, a organização tem a vantagem de já trabalhar na área há mais de 10 anos. O que, segundo ele, facilitou a permanência nas áreas afetadas."Estávamos envolvidos no combate à malária e à tuberculose. Pudemos chegar eagir imediatamente. Somos uma das poucas organizaçõespresentes nos vilarejos destruídos.Falta mais apoio do governo para liberar a entrada de mais médicose mais mantimentos”, contestou.No último sábado(10), um avião com 40 toneladas de equipamentosde saneamento, itens emergenciais, medicamentos, água e alimentosterapêuticos, ricos em nutrientes, pousou na cidade de Yangoun.Stobbarts disse que a maioria dos vilarejos do local está com90% das casas totalmente destruídas. A equipe dos MédicosSem Fronteira atua no país com 12 equipes médicas. Sãogrupos móveis que vão a cada vilarejo em busca de pessoas machucadas. A maioria dospacientes têm ferimentos leves, porém alguns estão infectados, com febre e com diarréia. Odiretor-executivo da instituição alerta para anecessidade de mais ajuda, por parte do governo de Mianmar.“Estamos à espera daautorização para a entrada de equipes suplementares.[Neste momento] são poucos médicos para centenasde milhares de pessoas afetadas. Os Médicos Sem Fronteira têmequipes em vários países esperando por vistos e váriosoutros aviões de carga prontos para partir nos próximosdias.”A vice-diretora deoperações dos MSF no país, Juli Niebuhr, disseque a intervenção está sendo realizada comdificuldades para fazer o transporte dos medicamentos. “Usamos umcaminhão para levar os suprimentos até oponto onde é possível. A partir deste ponto, ossuprimentos são transportados em barco pequeno e, quando possível, atémesmo com motos. As pessoas estão espalhadas e não éfácil chegar a elas”, relata. A tevê estatal de Mianmarinformou que chegou a 28.458 o número oficial de mortos pelociclone Nargis e que outras 33,5 mil pessoas estariamdesaparecidas. Ao todo, a organização tem 43 médicos internacionais econta com a ajuda de 1,2 mil pessoas de Mianmar para fazer osatendimentos nos vilarejos.