Vladimir Platonow
Repórter da Agência Brasil
Rio de Janeiro - O Arco Metropolitano poderá representar um novo eixo de desenvolvimento econômico para o estado do Rio de Janeiro, hoje concentrado na região metropolitana. Ao longo de 145 quilômetros, a rodovia terá na ponta sul duas grandes siderúrgicas – Companhia Siderúrgica do Atlântico (CSA) e Companhia Siderúrgica Nacional (CSN) – e, no lado norte, o Complexo Petroquímico de Itaboraí e o Pólo Gás-Químico de Duque de Caxias.Segundo estudos do governo do Rio de Janeiro, ao longo da rodovia, que cruzará oito municípios, vivem 2,2 milhões de pessoas. Com a facilidade de deslocamento rodoviário, novos negócios são esperados nesse eixo, podendo chegar a R$ 30 bilhões nos próximos cinco anos, com expectativa de gerar até 250 mil postos de trabalho, conforme dados do governo do estado.A ordem de início de obras do Arco Metropolitano foi assinada ontem (12), em Itaguaí (RJ). Na ocasião, o ministro dos Transportes, Alfredo Nascimento, lembrou que os últimos grandes investimentos federais no estado foram feitos ainda no regime militar, em 1974, com a construção da Ponte Rio-Niterói.Nascimento afirmou que a obra só não saiu antes pela falta de entrosamento com o governo estadual passado. “As pessoas que estavam no Rio de Janeiro não queriam fazer essas obras. Eu mesmo tentei por diversas vezes iniciar, ainda no primeiro mandato.”Segundo ele, 10% dos investimentos são estaduais e os 90% restantes, federais. O custo do segmento inaugurado ontem é de R$ 796 milhões, recursos garantidos pelo Programa de Aceleração do Crescimento (PAC).A nova rodovia também vai representar um alívio no trânsito da região metropolitana do Rio, principalmente na Avenida Brasil, a principal via da cidade, e na Ponte Rio-Niterói. Atualmente, quem trafega entre o Sul e o Sudeste e Norte e o Nordeste do país precisa passar pelo Rio, o que ajuda a aumentar os engarrafamentos. De acordo com o governo do Rio, o Arco Metropolitano deve diminuir principalmente o tráfego de caminhões pesados.Assim, quem vier de São Paulo em direção a Vitória (ES), por exemplo, vai acessar o Arco Metropolitano diretamente na Rodovia Presidente Dutra até chegar à BR-101, no município fluminense de Manilha, já do outro lado da Baía de Guanabara.A via reúne quatro trechos de cinco estradas. O trecho A tem 25 quilômetros e compreende a BR-493, do entroncamento da BR-101, em Manilha, ao entroncamento com a BR-116, em Santa Guilhermina (distrito de Magé), e será duplicado. O trecho B tem 22 quilômetros, na BR- 101 sul, de Itacuruçá à Avenida Brasil, e também será duplicado.Com 71 quilômetros, o C é o maior trecho, que teve as obras iniciadas ontem. Ele corresponde à BR-493 e à RJ-109, indo desde o entroncamento da BR-040, em Duque de Caxias, até a BR-101, em Itaguaí. O único segmento que já está pronto é o D, com 22 quilômetros, na BR-116, do entroncamento da BR-040, em Duque de Caxias, até o entroncamento com a BR-493, em Magé.