Flávia Albuquerque
Repórter da Agência Brasil
São Paulo - Integrantes do Movimento dos Trabalhadores Sem Teto (MTST) que estão ocupando uma praça no centro de Embu das Artes, na região metropolitana de São Paulo, prometeram resistir, caso a Polícia Militar insista em retirá-los do local. Os sem-teto tinham sido retirados de um acampamento em frente à sede da prefeitura municipal, onde estavam desde o dia 6.De acordo com a coordenadora estadual do movimento, Helena Silvestre, o grupo ocupa uma área no Jardim São Tomé desde o dia 28, e a prefeitura se nega a atender suas reivindicações habitacionais. Helena disse que o que motivou parte do grupo a ocupar a praça em frente à prefeitura foi a falta de disposição da administração municipal para negociar com os trabalhadores.Segundo a assessoria de imprensa da prefeitura, os manifestantes saíram pacificamente do acampamento e não houve violência ou força contra eles. A assessoria reforçou que nem a prefeitura nem a Polícia Militar têm intenção de agir violentamente contra os acampados. Em nota, a prefeitura informou que o terreno de 800 mil metros quadrados do Jardim Tomé é particular e disse que repudia as ações do grupo, porque a área não pertence ao poder público.A nota destaca que, embora a política habitacional não seja responsabilidade do município, e sim dos governos federal e estaduais, políticas públicas de habitação são adotadas na cidade desde 2001. A prefeitura informou que já foram entregues cerca de 500 unidades e que mais 230 estão em construção no município. Além disso, há um projeto em fase de documentação na Caixa Econômica Federal para construção de mais 1.500 unidades habitacionais. "Em 2008, com recursos do Programa de Aceleração do Crescimento (PAC), estamos iniciando nove grandes projetos de melhoria da infra-estrutura urbana e de recuperação ambiental, que incluem a construção de moradias e que vão beneficiar diretamente 3 mil famílias”, acrescenta nota.A prefeitura informa que manteve diálogo com o MTST e está garantindo a coleta de lixo e o fornecimento de água na área ocupada. Diz também que acompanhou representantes do MTST até a Caixa para que apresentassem propostas de moradia, mas que isso não foi feito. “O MTST não tem representatividade na cidade, ao contrário de outros movimentos por moradia locais. Nós mantemos o diálogo e apoiamos esses movimentos, que participam ativa e democraticamente da política habitacional de Embu e, dessa forma, vêm conquistando, junto à atual administração municipal, suas reivindicações”, conclui a nota da prefeitura.