Yara Aquino
Repórter da Agência Brasil
Brasília - Aodiscursar no primeiro de quatro compromissos que tem hoje (9) na Bahia,o presidente Luiz Inácio Lula da Silva afirmou ser melhor que o país cresçaeconomicamente de forma contida, desde que seja duradoura.“Nunca trabalhei com a idéia de que o Brasil devesse fazer a loucurade crescer 10% ou 15% ao ano, como já crescemos na década de 70.Trabalho com a idéia de que possamos crescer 5%, 6%, 4,5%, mas que sejadurante um longo período, e vá construindo bases sólidas”.Lula afirmou ainda que “éramos o terceiromundo até outro dia”. Segundo ele, a lógica que vivemos atualmente é de crescimento da importância de países considerados menos desenvolvidosno momento de tomadas de decisões. “Aindanão ficamos ricos, nem China, nem Ìndia, Brasil, México, Àfrica do Sul,mas a verdade é que nenhuma decisão econômica hoje, no mundo, é tomadasem levar em conta a existência de países importantes que eramconsiderados periféricos”.Naavaliação do presidente, o Brasil se “conformou”, durante muito tempo, emser pobre e é preciso deixar de ser periférico e se tornar uma grandenação, socialmente justa, com economia forte e com alto grau decrescimento tecnológico. Em discurso, o chefe do executivo reafirmou, também que a crise norte-americana não atingiu o Brasil e mostrou-seabismado com a inexistência de risco de investimento nos Estados Unidos. “Está uma crise imensa [nos EUA]e não tem risco. Aumenta o risco do Brasil, da Rússia, e os americanos,que estão entupidos de dívida, têm risco zero. É uma inversão dasempresas que medem risco na minha opinião”, afirmou.Acrise mundial de alimentos também foi relembrada pelo presidente. Segundo Lula, a tendência é de que quanto mais os países cresçam economicamente, mais potencial de compra a população tenha para se alimentar e diversificar o que consome à mesa. “Temosum problema que não acho grave, que é a subida do preço dos alimentos.Esse é um desafio, não pode ser encarado como uma coisa desastrosa paranós. É a chance quetemos de fazer mais uma revolução agrícola”.Asdeclarações foram feitas pelo presidente em Pojuca (BA), durantediscurso na visita ao projeto Gasoduto Sudeste-Nordeste (Gasene). Ogasoduto percorre o trecho entre Catu (BA) e Cacimbas (ES) e integra oPrograma de Aceleração do Crescimento (PAC).Aestimativa da Petrobras é de que a obra seja concluída em 2010 e permita oacréscimo de até 20 milhões de metros cúbicos na oferta de gás naturalao Nordeste, o que representa quase o dobro do que a região consomeatualmente.Aagenda do presidente na Bahia inclui também visita ao município deLauro Freitas e a capital Salvador, onde assina atos do PAC nas áreas de habitação,saneamento, infra-estrutura, além do Bolsa Formação para militares.