Daniel Lima
Repórter da Agência Brasil
Brasília - O fim das contas B, que permitem os gastospúblicos sem prestação de contas, foi defendidohoje (8) pelo ministro do Planejamento, Orçamento e Gestão,Paulo Bernardo. Segundo ele, o Congresso Nacional deveria aproveitara CPI dos Cartões Corporativos para acabar com esse tipo deconta, em prol da transparência. Ele disse que o governofederal extingue as contas do tipo B a partir de julho.
"Acho que [a extinçãoda conta B] é uma oportunidade excepcional de dar maistransparência, de dar mais visibilidade, dar clareza aos gastospúblicos".
O ministro citou cálculossegundo os quais o gasto com as contas do tipo B nos municípios,nos estados e no governo federal devem passar de R$ 1 bilhãopor ano, gastos que “têm os relatórios engavetados”,sem informações sobre a destinação dessesrecursos. Ele reclamou também da falta de auditoria nesse tipode conta.
Paulo Bernardo lembrou de recenteepisódio quando o governo precisou enviar ao CongressoNacional a documentação sobre os gastos com as contas Bem quase 2 mil pastas e não por meio magnético.
"Nunca foi feito um processo dedigitalização, que é o que está sendofeito na Casa Civil: um banco de dados para colocar, inclusive ascontas tipo B. Provavelmente, eles [parlamentares] nãovão fazer nada porque é muita coisa", disse.
O ministro desafiou osadministradores públicos a divulgar esses gastos na interneta fim de se reduzirem os gastos públicos. "Vamos botartudo na internet, sob a luz dos holofotes. Vamos permitir quea sociedade veja o que é feito com esse dinheiro".
Ele voltou a defender os cartõescorporativos como forma de controle, já que os gastosrealizados por esse meio de pagamento são divulgados nainternet. O ministro também disse que o governo vai acabarcom o saque em dinheiro através dos cartõescorporativos.
"Como há a necessidadede uma transição, pois alguns lugares não têmmáquina com conexão de internet, nósadmitimos um nível de saque de até no máximo30%, mas autorizado pelo ministro da área", disse. Outromecanismo de controle é obrigar o utilizador do cartãopara o saque ter que informar on line os gastos para permitirque sejam exibidos através da internet.
O ministro disse também aodefender os cartões corporativos que eles têm ajuda nacontenção de gastos. Segundo números divulgadospor ele, os gastos com os cartões chegaram a R$ 220 milhões,caíram para R$ 143 milhões em 2006 e só subiramem 2007 para R$ 170 milhões devido ao censo populacional e aosJogos Pan-Americanos.