Operação da polícia militar continua no RS e três pessoas são presas

08/05/2008 - 16h00

Ana Luiza Zenker
Repórter da Agência Brasil
Brasília - Três colonos sem terra foram presos até agora em ação da Brigada Militar do Rio Grande do Sul, iniciada na manhã de hoje (8). Segundo Vera Rodrigues, coordenadora regional do Movimento dos Trabalhadores Rurais Sem Terra (MST) no estado, os três foram detidos por desacato a autoridade.Vera conta que chegou à fazenda onde o MST está acampado, no município de São Gabriel (RS), às 6h, junto com os homens da brigada. No entanto, ela diz que não permitiram que nem ela nem a advogada das famílias, Cláudia Ávila, entrassem no acampamento.De acordo com a coordenadora, logo no início da ação, o coronel responsável afirmou que os policiais iriam “pegar tudo o que achassem que não deveria estar lá”. Entre os objetos procurados estariam armas, que, segundo Vera, não foram encontradas. Ela afirma que não foi informado o número de homens da brigada que participaram da ação, mas que eram “seguramente muito mais de 500”, mobilizados de diferentes partes do Rio Grande do Sul.No momento, a coordenadora diz que “a informação do nosso povo lá dentro é que estão fazendo a identificação de cada pessoa”, segundo ela, de forma humilhante, separando as famílias em grupos a cerca de 500 metros do acampamento, colocando todos sentados, de cabeça baixa e sem poder se movimentar. De acordo com ela, a escola itinerante que funcionava no local foi destruída.Ela afirma que o coronel fez questão de dizer, antes de entrar no acampamento, por volta das 9h, que “o estado do Rio Grande do Sul se envergonha de não ter feito a identificação das famílias” no momento da saída da Fazenda Southall, em abril. Na ocasião, os trabalhadores sem terra saíram pacificamente da propriedade ocupada, após acordo com o Instituto Nacional de Colonização e Reforma Agrária (Incra).Segundo informações da assessoria de imprensa do Incra e do deputado federal Adão Pretto (PT-RS), o juiz da Comarca de São Gabriel autorizou a entrada do assessor do Incra Leonardo Melgarejo, do ouvidor agrário do estado, Adão Paiani, e do deputado federal no acampamento. A área está bloqueada num raio de 4 quilômetros.