Wellton Máximo
Repórter da Agência Brasil
Brasília - O governo gastou 9,4% a menos com o pagamento dos juros da dívida pública nos três primeiros meses deste ano do que no mesmo período de 2007. A informação consta de balanço da execução do Orçamento Geral da União, publicado hoje (30) no Diário Oficial da União.Publicado por exigência da Lei de Responsabilidade Fiscal, o relatório mostra que o governo gastou, de janeiro a março, R$ 37,608 bilhões no pagamento dos juros e encargos da dívida. No mesmo período do ano passado, essa despesa havia somado R$ 41,512 bilhões.A causa dessa queda foi a redução dos juros básicos da economia, que vinham caindo desde maio de 2005. O volume dos gastos com os encargos da dívida, no entanto, pode aumentar até o final do ano porque, em abril, o Banco Central reajustou a Selic de 11,25% para 11,75% ao ano, a primeira alta em 35 meses.O balanço também revela que 18,88% do Orçamento da União havia sido executado até o final de março. De acordo com o documento, a área que mais consumiu recursos em relação ao previsto para este ano foi a assistência social, cujas liberações somaram 22,62%. Em seguida, vem a Previdência Social, com 21,55%.Na saúde, as despesas liquidadas até março somaram 15,34%. Na educação, os gastos foram 12,78% do orçamento. Com restrições para investirem por causa do atraso na aprovação do Orçamento Geral da União deste ano, as áreas ligadas à infra-estrutura registraram os menores percentuais de execução.Com R$ 1,008 bilhão reservados no orçamento deste ano, a habitação registrou execução zero. Nos três primeiros meses de 2008, nenhum centavo havia sido liberado para a área. Para as ações de saneamento, o governo, até o final de março, havia gasto apenas R$ 125 milhões dos R$ 1,385 bilhão reservados para a área (0,01% de execução).Na área de transporte, os gastos atingiram R$ 156,2 milhões (1,14%) dos R$ 13,307 bilhões previstos; na de energia foram executados R$ 55,2 milhões (8,68%) dos R$ 636,7 milhões reservados para o setor.Apesar do baixo volume de execuções orçamentárias na área de infra-estrutura, o Ministério da Fazenda alega que os investimentos do governo não ficaram comprometidos. Segundo o resultado do Tesouro Nacional, divulgado ontem (29), o governo investiu R$ 3,891 bilhões no primeiro trimestre, 21% a mais que no mesmo período do ano passado.Esse desempenho ocorreu porque, apesar do orçamento não-aprovado, o governo promoveu investimentos com restos a pagar, recursos empenhados nos anos anteriores, mas que ainda não haviam sido gastos.