UFPE desenvolve técnica para diagnosticar dengue em menos de uma hora

28/04/2008 - 17h17

Da Agência Brasil

Brasília - Pesquisadores daUniversidade Federal do Pernambuco (UFPE) estão desenvolvendouma nova técnica para diagnosticar a possível infecção de pacientes por dengue, e qual seu tipo, em menos de umahora, substituindo o sistema atual de diagnóstico, que leva até 24 horas para apresentar resultados. Os pesquisadores esperam colocar a nova técnica em prática em, no máximo, seis meses.Segundo esses pesquisadores, a técnica sebaseia em nanopartículas (porções de material deapenas alguns átomos de tamanho, que têm propriedades muitodiferentes do mesmo material em grandes quantidades) de metais comoouro, envolto por um perímetro condutor, que temuma florescência que, quando jogada na luz ultravioleta, por meio de microscópio de florescência, absorve eemite radiações não visíveis. Essaspartículas, se tiverem afinidade por DNA ou RNA, podem ser usadascomo marcador molecular de vírus e bactérias e identificar o tipo de doença.“Nósestamos propondo que o paciente, ao chegar em um posto de saúde, tenha retirada uma quantidade relativamente pequena de sangue,  para umtratamento prévio de cerca de meia hora, para extrair o DNA. Apartir desse sangue será feito um teste. O materialextraído do paciente leva três minutos, portanto em umtotal de menos de 40 minutos, em princípio, se tudo funcionarbem, ainda no posto de saúde o paciente vai ter a confirmaçãose está ou não doente e, no caso de diagnóstico da dengue, qual seria osubtipo que o estaria acometendo", afirmou o professor da UFPE,Celso Melo, uns dos pesquisadores da técnica, em entrevista aoprograma Revista Brasil, da Rádio Nacional.Para a realizaçãodo teste, quando a técnica for aprovada e disseminada, vai ser entregue aos postos de saúde uma lâminapreviamente tratada , soluções a serem usadas para oteste e um microscópio de florescência. “É umequipamento que, no caso de compra de uma grande quantidade, eu imaginoque poderia ficar abaixo de R$ 5 mil”, disse Melo.De acordo com o professor da UFPE, atécnica vai poder ser usada para diagnosticar outras doenças.“No caso, por exemplo, de infecção de UTI, onde opaciente é acometido por uma infecção e osantibióticos específicos têm que ser usados rapidamente. Pelos testes usuais a resposta sairia em cerca de 24 horas, nomínimo. Com essa nova tecnologia, em menos de uma hora, o médico teria a informação que precisaria, paraatuar de forma eficaz.”A nova técnicadeve começar a ser utilizada em um prazo de até seismeses. “Basta esperar pela liberação sobre o uso da técnica, nocaso da saúde humana, pela Agência Nacional de Vigilância Sanitária(Anvisa), e também indicar seesse teste pode ser usado para a saúde animal, como controleda aftosa ou contaminação de plantas, ouaté mesmo na qualidade de alimentos”, disse o professor Celso Melo.