Presidente da Undime acha prematura avaliação de avanço com o PDE

26/04/2008 - 0h36

Paula Laboissière
Repórter da Agência Brasil
Brasília - O mérito do Plano deDesenvolvimento da Educação (PDE) foi ter colocado otema da educação em discussão na sociedade. Aavaliação é da presidente da UniãoNacional dos Dirigentes Municipais de Educação(Undime), Justina Silva.

“A partir de um amplo trabalho demobilização e sensibilização para essasquestões, o Brasil inteiro discutiu educaçãonesse primeiro ano. Hoje, pela primeira vez, o Ministério daEducação (MEC) tem um diagnóstico nacional dasredes municipais e estaduais de educação de todo opaís, sabe quais são as demandas prioritárias”,disse.

Justina lembrou, entretanto, que oaprendizado funciona como um processo, e que “não ésimplesmente chegar hoje com um plano de trabalho e, em doze meses,colher os resultados”. Para ela, ainda é cedo para dizer sehouve ou avanço na qualidade da educaçãobrasileira neste primeiro ano de implementação do PDE,também conhecido como PAC da Educação.

Justina Silva destacou, dentre osacertos do plano, a instituição do Índice deDesenvolvimento da Educação Básica (Ideb) comoparâmetro para estabelecer metas a serem alcançadaspelas redes de ensino em todo o país. Segundo ele, cadamunicípio, atualmente, sabe como está o seu índice,se precisar tomar medidas para mudar a situação e oporquê.

“Isso gerou um processo dediscussão coletiva. Nas escolas públicas, hoje, ninguémestá quieto, no sentido de se auto-avaliarem e construíremalternativas. Com certeza, vamos colher bons frutos. Mas não éem um ano que os dados educacionais mudam. É um processo”,observou.

A presidente da Undime disse que vê“com otimismo, mas com cautela” o desempenho do PDE para ospróximos anos. Para ela, o governo federal precisa assegurarmais recursos para a educação.

A entidade defende uma vinculaçãode, no mínimo, 6% do Produto Interno Bruto (PIB) – soma dasriquezas produzidas no país - ao financiamento da educação.O volume se justifica, segundo Justina Silva, pela alta demanda dealunos, sobretudo na educação infantil e no ensinomédio. “Sem mais recursos para educação, nãotemos como acreditar que o PDE vá ter um resultado tãopromissor quanto desejamos.”