Paula Laboissière
Repórter da Agência Brasil
Brasília - No primeiro aniversário doPlano de Desenvolvimento da Educação (PDE), o PAC da Educação, entidades consideram que faltam clareza das açõese recursos “reais” para a implementaçãodos mais de 50 programas previstos no plano. A avaliação éda coordenadora de programas da OrganizaçãoNão-Governamental (ONG) Ação Educativa, VeraMasagão.
“A gente teve como grande avançoa aprovação do Fundo de Manutenção eDesenvolvimento da Educação Básica e Valorizaçãodos Profissionais de Educação [Fundeb], mas se ogoverno federal não tiver mais recursos para complementar ocusto do aluno, dificilmente a gente vai conseguir aumentossubstantivos de qualidade”, disse.
Ela lembrou que o foco central doPDE é dar apoio aos municípios que têm os pioresindicadores de educação do país, como taxas deanalfabetismo acima dos 35%. Para a coordenadora, a iniciativa éválida, mas, neste primeiro ano, faltou acompanhamento depoisdas visitas às comunidades assistidas.
“São municípios compouca capacidade gerencial, pedagógica e técnica. [Oacompanhamento] é um investimento que está porser feito. É dar continuidade a um processo que já seiniciou”, avaliou Vera.
A AçãoEducativa foi fundada em 1994 e está inscrita no ConselhoNacional de Assistência Social (CNAS) e no Conselho Municipaldos Direitos da Criança e do Adolescente de São Paulo.A ONG também é cadastrada como organizaçãode pesquisa no Conselho Nacional de Desenvolvimento Científicoe Tecnológico (CNPq).
Já Roberto Leão,presidente da entidade que reúne 36 entidades de trabalhadoresde todo o país, a Confederação Nacional dosTrabalhadores em Educação (CNTE), defende que acontinuidade seja priorizada para que os programas previstos pelo PDEnão se esvaziem.
“A necessidade da continuidade éuma coisa que precisa ser clara, porque senão tudo o que apessoa aprendeu enquanto participou do projeto, esquece em seismeses”, afirmou Leão.
Segundo o dirigente, algumas dasmais de 50 iniciativas do PDE prevêem a continuidade das ações,como a associação da proposta de alfabetizaçãoe educação regular de jovens e adultos com a formaçãotécnica. “O PDE é a soma de programas. Alguns jáexistiam e outros foram criados. O MEC precisa avaliar o que foiimplantado, como foi implantado e qual é o resultado. Para quea gente possa ter uma avaliação até maishonesta”, observou.