Tolmasquim diz que é injusto consumidor brasileiro pagar pela revisão do contrato de Itaipu

24/04/2008 - 16h29

Roberta Lopes
Repórter da Agência Brasil
Brasília - O presidente daEmpresa de Pesquisa Energética (EPE), MaurícioTolmasquim, disse hoje (24), ao sair de audiência públicana Câmara dos Deputados, que não é justo que oconsumidor brasileiro pague a conta pelo reajuste da energiaexcedente da Usina Hidrelétrica Binacional de Itaipu, compradapleo Brasil. "A ajuda ao Paraguai deve ser feita sim, mas poroutros mecanismos. Seria um erro fazer isso pela tarifa doconsumidor", disse. A possibilidade de revisão do contrato de Itaipu Binacional, assinado em 1973, por Brasil e Paraguai, foi um dos principais motes da campanha do candidato vencedor das eleições no país vizinho, o ex-bispo Fernando Lugo. Os paraguaios foram às urnas no último fim-de-semana.Pelo tratado que estipula as condiçõesde uso da energia gerada pela hidrelétrica, os dois paísestêm direito à metade da energia produzida na usina. Como o Paraguai utiliza apenas 5% da parte que lhe cabe, o restanteé necessariamente vendido ao Brasil, por força dotratado. Tolmasquim acrescentou que o Brasil tem ciênciade suas responsabilidades em relação ao Paraguai. Mas,segundo ele, é necessário analisar primeiro como se deu o processo daconstrução de Itaipu. "É importanteentender que, no fundo, o Paraguai, nesse processo todo, entrouapenas com a água, já que metade do rio é doParaguai e metade do Brasil. A usina foi construída comalavancagem de recursos do Brasil e com tecnologia brasileira”,afirmou.O presidente da EPE destacou ainda que ItaipuBinacional vale, hoje, cerca de US$ 60 bilhões. “Metadedesse empreendimento equivale a algumas vezes o seu PIB [ProdutoInterno Bruto, do Paraguai], sendo que a contribuiçãodele [do Paraguai], para o processo, foi o fato dele estar nafronteira com o Brasil", explicou.