Marco Antônio Soalheiro
Repórter da Agência Brasil
Brasília - O presidente do SurpemoTribunal Federal (STF), ministro Gilmar Mendes, avaliou hoje (24) quea repercussão em torno de um suposto dossiê, que teriasido montado por integrantes do governo sobre gastos sigilosos da Presidência da República, serve para “uma reflexãocrítica da prática política”, na qual oposiçãoe situação devem ter “respeito a regras básicas”.“Quem está nogoverno não é proprietário das sinformaçõesa que tem acesso simplesmente porque está no governo. Éuma nova face do patrimonialismo”, disse Mendes. “Isso vale parauma situação que hoje está no governo ou paraalguém que esteja amanhã na oposição.” Mendes tambémcriticou o aparelhamento de órgão estatais comoestratégia de favorecimento político, citando situaçõeshipotéticas: “Eu tenho um funcionário na Receita, quepertence ao meu partido, e portanto vaza informações. Eutenho um funcionário que me é simpático na PolíciaFederal e por isso está a meu serviço. Tudo isso éextremamente negativo e representa a revelação de uma faceta quenão tem nada a ver com o Estado de Direito”. O ministro tambémalertou a imprensa sobre a publicação de notíciascom base em vazamentos de dados sigilosos. “Muitas vezes vocêsutilizam isso, mas saibam que estão usando um informaçãoviciada”, afirmou Mendes, dirigindo-se aos repórterespresentes à sua primeira entrevista coletiva como presidente do STF.