Elaine Patricia Cruz
Repórter da Agência Brasil
São Paulo - O Ministério Público Federal (MPF) em São Paulo vai pedir à Justiça Federal que abra um processo contra o suíço Christian Peter Weiss, acusado de captar novos clientes para o Credit Suisse, banco que não tem autorização do Banco Central para operar no Brasil. Weiss também é acusado de fazer remessas de clientes para o exterior sem declaração de recursos para o Fisco brasileiro. O pedido à Justiça Federal foi feito pela procuradora da República Karen Louise Jeanette Kahn.Weiss foi preso hoje (23) pela Polícia Federal paulista em um hotel no Rio de Janeiro (RJ), na operação que recebeu o nome de Kaspar III e que é continuação das operações Suíça, Kaspar I e Kaspar II, em andamento desde 2006 para investigar doleiros e instituições financeiras que atuavam no país sem autorização. Entre elas estariam os bancos Credit Suisse, AIG, Clariden e UBS. A Polícia Federal estima que cerca de 100 pessoas, entre clientes, doleiros e diretores de bancos, tenham sido indiciadas até o momento nas quatro operações.De acordo com o MPF, a Polícia Federal encontrou provas no quarto de hotel em que Weiss estava hospedado que comprovariam que os recursos dos clientes do banco eram remetidos para o exterior, sem declaração à Receita Federal e sem autorização do Banco Central. Também foi encontrado um manuscrito com instruções de como Weiss deveria proceder diante de policiais caso fosse preso.Além de Weiss, o Ministério Público também vai pedir abertura de processo contra outros 13 funcionários e colaboradores do banco. No último dia 25 de março, o MPF ofereceu denúncia contra 17 pessoas na Operação Suíça, sendo 13 delas executivos ou ex-funcionários do Credit Suisse no Brasil. O suíço Weiss está preso preventivamente na sede da superintendência da Polícia Federal em São Paulo e deve responder pelos crimes de funcionamento de instituição financeira sem autorização do Banco Central, lavagem de dinheiro e evasão de divisas. Segundo o delegado chefe Ricardo Saad, da Delegacia de Repressão a Crimes Financeiros e responsável pela Operação, a pena de Weiss pode chegar a 20 anos. O suíço deve ser transferido essa semana para o presídio de Itaí (SP), onde ficam os presos estrangeiros.