Governo descarta imposição de barreiras às exportações de arroz

24/04/2008 - 17h51

Danilo Macedo
Repórter da Agência Brasil
Brasília - Representantes do setorprivado disseram hoje (24), na saída de reunião comrepresentantes do ministério da Agricultura, convocada paradefinir o rumo das exportações de arroz, que o governodescartou qualquer possibilidade de impor barreiras às vendas externas do grão.  Segundo eles, osrepresentantes do ministério da Agricultura alegaram que houveum mal entendido quanto à notícia divulgada ontem (23), sobre um possível pedido do governo para que o setor privadonão exportasse arroz. O ministro ReinholdStephanes não participou da reunião, mas, ao sair doministério, confirmou que não foi pedido aosagricultores que não exportem. “Nós vamos deixar omercado fluir, desde que não haja risco de desabastecimento”,afirmou. Quanto àsbarreiras (possíveis taxações ao arrozexportado), que estariam sendo estudadas pelo governo, o ministrodisse que só serão adotadas em casos extremos. De acordo com orepresentante da Confederação da Agricultura e Pecuáriado Brasil (CNA) na Câmara Setorial do Arroz, FranciscoSchardong, as exportações brasileiras de arroztotalizaram 800 mil toneladas no ano passado. “E a meta deexportação deste ano é a mesma”, afirmou.O presidente daFederação das Associações do Arrozeirosdo Rio Grande do Sul (Federarroz), Renato Rocha, disse que o Brasilsó exporta arroz para ganhar novos mercados. “Os produtorescontinuam querendo alcançar a meta de 800 mil [toneladas dearroz exportadas]”, disse. O governo marcou para opróximo dia 5 de maio leilão de 50 mil toneladas dosestoques do governo, armazenados no Rio Grande do Sul e de outras 5mil toneladas, armazenadas em Santa Catarina. Até lá,não será tomada nenhuma decisão quanto àsexportações.Como o arroz dessesestoques regulatórios é da safra 2004/2005, o preço da saca foi cotado a R$ 28 a saca, valor aceito pelosprodutores e a indústria beneficiadora por ser de safrapassada. O leilão é para conter a alta no mercadointerno. Pelo índice Esalq (Escola Superior de Agricultura Luiz de Queiroz/USP), que mede o preço médio do arroz do Rio Grande do Sul, valor da saca de 50 quilos passou de R$ 23,58 (registrado no dia 1º de abril) para R$ 32,06, no último dia 23.  O deputado federal, dabancada ruralista, Luiz Carlos Heinze (PP-RS) disse que, ao contráriodo que foi dito anteriormente, será melhor exportar agora queo preço do arroz no mercado internacional está alto. “Éimportante o Brasil aproveitar o momento de preços altos paraexportar também. Precisamos ganhar novos mercados”, observouHeinze. Ele se disse contrário à qualquer imposiçãode barreira às exportações. Stephanes destacou que,depois do leilão marcado para maio, o governo passará aanalisar o mercado semanalmente, para avaliar a necessidade depromover novos leilões dos estoques reguladores. O intuito éconter a alta de preços do arroz.