Auditores analisam nova proposta e decidem se acabam com greve na quarta-feira

24/04/2008 - 20h04

Mariana Jungmann
Repórter da Agência Brasil
Brasília - A greve dos auditores fiscais da Receita Federal,que já dura 38 dias, vai continuar pelo menos até apróxima quarta-feira (30), quando a categoria realiza em todoo país assembléias deliberativas para avaliar os rumosdo movimento. As negociações entre os auditores eo governo se alongaram durante o dia e chegou-se a um meio termosobre o item mais polêmico da pauta, a implantaçãodo Sistema de Desenvolvimento da Carreira (Sidec). O governoconcordou em incluir, na avaliação para efeito deprogressão na carreira, o fator antigüidade, consideradono plano atual e que ficou de fora na proposta inicial apresentadapelo Ministério do Planejamento sobre o Sidec.No plano de carreira em vigor, além daantigüidade, o outro fator considerado é o mérito.Segundo o Sindicato Nacional dos Auditores da Receita Federal(Unafisco), na proposta inicial do governo, um auditor sóchegaria ao último nível da carreira em 42 anos detrabalho. Agora, com a contraproposta do governo feita hoje (24), mérito e antigüidade continuamno novo plano, o Sidec. Segundo o Unafisco, o peso que os dois fatoresterão na avaliação dos servidores ainda serádiscutido entre governo e auditores.Amanhã (25), a categoria se reúnepara começar a discutir a contraproposta, apresentada pelo secretário de Recursos Humanos doMinistério do Planejamento, Duvanier Paiva. Tanto a proposta de revisão do Sidec, quanto a do reajuste salarial, ainda serão analisadas na assembléia desta sexta-feira, mas o Ministério do Planejamento avisou que só volta a negociar se os auditores suspenderem a greve. De acordo com a assessoria de imprensa daFederação Nacional dos Auditores Fiscais da ReceitaFederal do Brasil (Fenafisp), entidade que também participou dasnegociações de hoje, a proposta de reajuste salarialfeita pelo governo é de 40% e 43%, dependendo da faixasalarial. O teto, por exemplo, chegaria a R$ 19 mil. Ainda segundo a Fenafisp, o cronograma deimplementação do reajuste e a correção dediferenças salariais entre funcionários que exercem amesma função ficaram sem solução porque ogoverno alegou que não pode negociar esses pontos no momento. Ainda na parte da manhã, quando anegociação ainda não havia chegado ao fim, opresidente da Fenafisp, Lupércio Montenegro, reclamou dademora do governo em discutir o Sidec. Ao longo do dia, cerca de 200auditores fiscais do trabalho e da Receita permaneceram em frente aoMinistério do Planejamento esperando uma solução.Para a presidente do Sindicato Nacional dosAuditores do Trabalho (Sinait), Rosa Maria Campos Jorge, “apaciência da categoria já está no limite”.“Queremos voltar ao trabalho, mas estamos nos sentindodesprestigiados, nosso trabalho é muito importante. Queremos oreconhecimento devido”, disse.