Marco Antônio Soalheiro
Repórter da Agência Brasil
Brasília - A proposta do senadorRomero Jucá (PMDB-RR), líder do governo no Senado, deexcluir algumas áreas da demarcação da TerraIndígena Raposa Serra do Sol, a fim de permitir a permanênciade não-índios e a construção de umahidrelétrica, é uma posição individual enão encontra ressonância no governo federal. A afirmaçãofoi feita hoje à Agência Brasil pelo coordenadorexecutivo do comitê gestor do governo federal em Roraima, JoséNagib Lima.“O senador fala porele, enquanto cidadão de Roraima, mas não procurou emnenhum momento as instâncias administrativas do governo comessa proposta. Nunca conversei com ele sobre isso”, afirmou NagibLima.Segundo orepresentante do governo, a discussão sobre a exclusãode áreas da demarcação contínua dareserva já foi travada anteriormente ao decreto dehomologação. Ele prevê problemas caso umaproposta neste sentido seja acatada e determinada por ministros doSupremo Tribunal Federal (STF), responsáveis pelo julgamento deações pendentes contra a homologação.“Se for aceita [aproposta no Supremo], teria que voltar [para a Raposa Serra do Sol]todo o pessoal que já foi reassentado e recebeu indenização”,argumentou Nagib Lima.A proposta de RomeroJucá émanter a reserva contínua e já demarcada, excluindoquatro áreas: o Vale do Arroz, onde estão osprodutores; as terras destinadas à construção daHidrelétrica de Cotingo; a área da Vila Surumu, ondefoi montada uma base de resistência por moradores quando aOperação Upatakon 3 estava em curso; e a infra-estrutura turística existente no Lago do Caracaranã.