Celso Amorim diz que deve haver realismo na discussão com o Paraguai

23/04/2008 - 16h26

Carolina Pimentel
Repórter da Agência Brasil
Brasília - O ministro das RelaçõesExteriores, Celso Amorim, disse hoje (23) que existe boa vontade doBrasil em conversar com o Paraguai sobre a energia de Itaipu, mas com“realismo”. “O que há éboa vontade, sentido de Justiça, e deve haver tambémrealismo. Vamos ter que combinar essas várias coisas”,afirmou Amorim, sem adiantar que tipo de proposta o Brasil podeapresentar aos paraguaios. “Vamos ajudar no que pudermos ajudar”,completou. Ao ser questionadosobre as reivindicações do presidente eleito FernandoLugo, Amorim respondeu que nem sempre as pessoas conseguem o quequerem. Lugo defende que o Brasil pague mais pela energia que comprados paraguaios e a revisão do Tratado de Itaipu. “A vida éassim, às vezes as pessoas querem o que os outros nãopodem oferecer. A gente se encontra em algum lugar que seja razoávelpara os dois. Precisamos de uma região de paz, dedesenvolvimento, que haja bom entendimento”, disse, antes departicipar da cerimônia em comemoração aos 35anos da Embrapa, no Palácio do Planalto. Indagado se a tarifapaga pelo Brasil ao Paraguai é justa, o ministro respondeu quenão tinha resposta para essa pergunta. Em entrevista ontem(22), o ministro de Minas e Energia, Edison Lobão, disse serjusta a tarifa paga pelo BrasilO ministro Celso Amorimnegou que tenha admitido uma possível revisão dotratado ou o aumento do valor pago pelo Brasil ao Paraguai. “Nunca disse, aocontrário do que os jornais disseram, que o tratado poderiaser revisto, nem sequer, que eu me lembre, usei a palavra tarifa. Euusei a palavra preço num sentido muito lato, compensaçãofinanceira por um serviço recebido”, afirmou.