Elaine Patricia Cruz
Repórter da Agência Brasil
São Paulo - Reunidos em assembléia na tarde de hoje (23), os professores da Universidade Federal de São Paulo (Unifesp) decidiram pela permanência do reitor Ulysses Fagundes Neto, acusado de ter feito gastos irregulares com o cartão corporativo. Em nota, a Associação de Docentes da Unifesp (Adunifesp) declarou que 165 pessoas votaram favoravelmente à continuação do reitor no cargo, enquanto cinco professores foram contra. Na assembléia, os professores também decidiram que a Adunifesp vai retirar a assinatura da proposta do Conselho de Entidades Permanente que pedia a renúncia de Ulysses Fagundes Neto. A proposta, anunciada na última sexta-feira (18), foi firmada pela entidade juntamente com as associações de estudantes e dos funcionários. Entretanto, a assinatura da proposição pela diretoria da Adunifesp gerou críticas de muitos professores, que alegaram que a associação não poderia ter assinado o documento sem ter convocado uma assembléia para discutir a questão. Os professores também decidiram que criarão uma comissão para acompanhar as investigações e as denúncias do Ministério Público, do Tribunal de Contas da União (TCU) e da Controladoria Geral da União (CGU) sobre os gastos feitos pelo reitor.Os estudantes da Unifesp devem realizar uma terceira assembléia na próxima sexta-feira (25) para discutir o pedido de afastamento do reitor. Também houve muita polêmica e divergências na assembléia realizada pelos estudantes na última sexta-feira (18). Por mais de duas horas, vários estudantes de medicina, principalmente, questionaram a legitimidade da assembléia, já que a maioria dos alunos não teria sido avisada sobre a realização da reunião. Vários documentos - assinados tanto por integrantes do Diretório Central dos Estudantes(DCE) quanto por alunos da Escola Paulista de Medicina - foram entregues à imprensa comprovando a existência de divergências. Em nota assinada pelos estudantes da Escola Paulista de Medicina, a idéia de ocupação da reitoria era criticada. Os estudantes também reclamavam do barulho das manifestações, que estaria atrapalhando o funcionamento do Hospital São Paulo. “O tumulto chegou a tal ponto que médicos que estavam atendendo no hospital tiveram que pedir à polícia para conter a manifestação, visto que estava impossibilitando o atendimento dos pacientes”, dizia a nota. Para estes estudantes, a polêmica envolvendo o reitor deve ser “julgada por órgãos competentes”.Em resposta, uma nota assinada pelo DCE, afirmava que “os estudantes em luta querem a renúncia do reitor, a destituição do Conselho Universitário para que se torne paritário, democratização da estatuinte e eleições diretas para a diretoria”.