Danilo Macedo
Repórter da Agência Brasil
Brasília - As madeiras de origemilegal apreendidas por fiscais do Instituto Brasileiro do MeioAmbiente e dos Recursos Naturais Renováveis (Ibama), em açõesvinculadas à Operação Arco de Fogo, iniciada emfevereiro, devem ser revertidas em bancos escolares e outros móveise imóveis de uso das instituições públicas.A informação foi dada pelo chefe de fiscalizaçãodo Ibama-DF, Ênio Cardoso, em entrevista à RádioNacional.“Nós jáestamos com ações para pedir o perdimento dessamadeira. Então, na verdade, elas serão transformadas embancos escolares, armários escolares, em armários ecasas para instituições públicas. Quer dizer,tudo que estamos fazendo é para as instituiçõesgovernamentais”, afirmou.Realizada pelo Ibama,pela Polícia Federal e Força Nacional de Segurança, aOperação Arco de Fogo tem como objetivo combater aexploração ilegal de madeira nos 36 municípiosque mais desmataram a Amazônia no ano passado. Apesar de estarbem distante da região, Brasília, segundo Cardoso, éo 11º município em consumo de madeira da Amazônia.No Distrito Federal,além de apreender caminhões com cargas ilegais nadivisa, o Ibama está fazendo apreensões tambémnos depósitos de madeireiras. Cardoso explicou que, enquantoum caminhão carrega cerca de 25m³ de madeira, jáforam encontrados em algumas madeireiras até 600m³ doproduto. Desde o início da operação na capitalfederal, há pouco mais de um mês, cerca de 40madeireiras com produto de origem ilegal já foram auditadas,interditadas e multadas.“Existe hoje umsistema que se chama Documento de Origem Florestal (DOF). Essedocumento funciona como crédito e débito, como se fosseuma conta bancária. Então, temos como rastrear de ondesaiu essa madeira por essa transação de compra e vendaque cai na rede de computadores do Ibama. Quando vamos lá everificamos que o estoque é maior do que se declarou, comcerteza a origem é ilegal”, explicou Cardoso.Depois de verificada airregularidade, a empresa é bloqueada no sistema do Ibama enão pode mais fazer nenhum transação commadeira. Além disso, afirma Cardoso, a empresa é visitadatoda semana por fiscais para verificação do estoque,que não pode aumentar. O valor da multa a ser aplicada variade R$ 100 a R$ 500 por metro cúbico de madeira ilegalencontrado. O transportador damadeira ilegal perde o caminhão e a carga. “Porque todoinstrumento utilizado na prática de crime ambiental deve serapreendido. O caminhão é apreendido e o Ibama pede operdimento desse bem”, acrescenta o chefe de fiscalizaçãodo Ibama-DF. Segundo ele, até hoje nenhum caminhoneiroconseguiu recuperar um caminhão apreendido por esse motivo.