Brasileiros na Holanda esperam melhores oportunidades para voltar ao país

09/04/2008 - 7h34

Vitor Abdala
Repórter da Agência Brasil
Haia (Holanda) - Voltar para o Brasil é o sonho de grande parte dos brasileiros que vivem em Haia, na Holanda, segundo relatos dos próprios imigrantes. Mas para retornar, dizem eles, é preciso que seu país de origem ofereça duas garantias que a Holanda já fornece: segurança e boas oportunidades.É o caso da paulista Marcela Ribeiro, que imigrou de vez para a Holanda em 2005. Hoje ela trabalha prestando serviços na cozinha de um hospital holandês. “Todo mundo quer voltar para o Brasil. Eu não tenho planos, mas minha família é toda do Brasil, por que não voltar? Se eu tivesse uma boa oportunidade de trabalho, com certeza, voltaria. Mas hoje a questão de emprego é complicada no Brasil. Se você tem uma vaga de trabalho, tem milhões de pessoas na fila”, afirma.Marcela também destaca a incidência menor de casos de violência como um ponto a favor da Holanda. “Eu morava em Campinas e levantava muito cedo para trabalhar, mas morria de medo da violência. Hoje eu saio 5h e saio mais tranqüila. Posso chegar mais tarde também. A segurança é uma coisa bem sentida aqui”.A médica homeopata gaúcha Miriam Sommer também diz que tem planos para voltar ao Brasil. “Ninguém quer ficar aqui. Se você quer saber, todo mundo com quem eu falo, meus pacientes brasileiros todos querem fazer um pé-de-meia para depois voltar. Se eu recebesse uma proposta de trabalho muito tentadora, voltava hoje. E a gente também sempre fala: a gente volta quando o Brasil ficar mais seguro. A violência foi uma das razões pelas quais a gente migrou”, conta.A carioca Rachel Mougey também sonha em voltar para o Brasil, mas não sabe se vai concretizar seu sonho. “Sair da Europa hoje, voltar para o Rio e encontrar um emprego bem pago é difícil. A pior coisa, quando eu volto para o Brasil, em visita, é a violência. A violência é como se tirasse sua liberdade. Aqui eu ando de noite na rua sem medo. Você vê aquela mulher holandesa sozinha andando meia-noite na bicicleta. Eu não ando sozinha, porque ainda tenho aquele reflexo de mulher brasileira e não vou estar meia-noite sozinha numa bicicleta”, afirma.