Arrozeiro que pediu prazo à PF diz que não pode deixar terra indígena

09/04/2008 - 17h22

Marco Antônio Soalheiro
Enviado especial
Boa Vista - O arrozeiro NelsonItikawa, um dos nove agricultores que estabeleceram hoje (9) umatrégua com a Polícia Federal em relação àsaída da Terra Indígena Raposa Serra do Sol, disse quenão há condições de os produtores seretirarem a partir de segunda-feira (14). “Nós nãovamos sair, porque não temos para onde ir. Não temosonde colocar nossas criações e máquinas”,afirmou Itikawa, em entrevista à Empresa Brasil deComunicação. Apesar da declaraçãodo arrozeiro, o superintendente da Polícia Federal em Roraima,José Maria Fonseca, disse que pretende traçar umcronograma para uma retirada pacífica na segunda-feira, datade um novo encontro entre as partes. Fonseca não revelou oprazo que seria dado aos arrozeiros: “Isso é estratégico.Vai depender da conversa.”Itikawa negou que ogrupo de produtores tenha ordenado a formação da basede resistência montada por moradores na Vila Surumu e adestruição de pontes de acesso à área:“Não sei [quem mandou destruir pontes]. Eu possoresponder por mim. Não posso responder pelo grupo. Mas nãoacredito que seja arrozeiro, porque temos ainda 25% de plantaçãopara ser colhida e precisamos de acesso para isso.”O líder dosarrozeiros, Paulo César Quartiero, não participou dareunião com a Polícia Federal, nem foi encontrado paracomentar a trégua. A informação é de queele estaria na Vila Surumu. Itikawa confirmou apresença de representantes do grupo em Brasília quetrabalham em busca de solução pela via judicial:“Queremos que nossa questão seja julgada no Supremo TribunalFederal.”