Priscilla Mazenotti
Repórter da Agência Brasil
Brasília - Na próxima terça-feira (8), o presidente do Senado, Garibaldi Alves Filho (PMDB-RN), deve ler em plenário o requerimento de criação da Comissão Parlamentar de Inquérito (CPI) dos Cartões Corporativos.A oposição pressiona pela criação dessa CPI, formada apenas por senadores, depois que a base governista rejeitou ontem (3), na CPI mista dos Cartões Corporativos, todos os requerimentos de convocação de funcionários da Presidência que usaram esses cartões. Também foi rejeitada a convocação da secretária executiva da Casa Civil, Erenice Guerra, acusada de elaborar o suposto dossiê sobre gastos da Presidência no governo Fernando Henrique Cardoso.Na semana que vem, a CPI mista deve fazer sua última série de depoimentos antes de a presidente, senadora Marisa Serrano (PSDB-MS), marcar a data de votação do relatório final. Ela disse que, por conta da rejeição dos requerimentos e da dificuldade em aprovar matérias consideradas polêmicas, a CPI mista tem material de trabalho apenas até a próxima semana, quando ela se reunirá com o relator, deputado Luiz Sérgio (PT-RJ), para traçar os rumos que a comissão irá tomar.A base governista alega que só depois dos depoimentos da semana que vem poderá decidir sobre a necessidade de acesso a dados sigilosos sobre cartão corporativo e contas tipo B. Na próxima semana, a CPI ouve pessoas ligadas à segurança: o atual e o ex-ministro do Gabinete de Segurança Institucional da Presidência da República, generais Jorge Félix e Alberto Cardoso, respectivamente; o diretor-geral da Agência Brasileira de Inteligência (Abin), Paulo Lacerda.Serão ouvidos também os ministros da Secretaria Especial de Aqüicultura e Pesca, Altemir Gregolin; dos Esportes, Orlando Silva - acusados de uso indevido do cartão corporativo - e a ex-ministra da Secretaria Especial de Políticas de Promoção da Igualdade Racial Matilde Ribeiro.