Índios ocupam Funai em Cuiabá para impedir transferência da sede regional

04/04/2008 - 15h31

Da Agência Brasil

Brasília - Cerca de 400 índiosdas tribos Bacairi, Imutina, Chiquitano, Bororo, Terena estãodesde segunda-feira (31) ocupando a sede da FundaçãoNacional do Índio (Funai), em Cuiabá, para impedir que asede da Funai regional seja transferida para acidade de Juína, distante cerca de 720 quilômetros da capital matogrossense.De acordo com a caciqueDulcinéia Imutina, da tribo Imutina, a transferênciaprejudica as tribos que vivem perto da Funai. “Nós queremosque a Funai continue aqui, porque em Juína o acesso vai ficarmuito difícil, nós queremos a permanência delaaqui e que seja construída outra sede lá em Juína”, afimou a cacique.Ontem (3) representantes da Funai e da assessoriado governo do estado do Mato Grosso se reuniram para tratar dos problemas relativos à mudança da administração de Cuiabá paraJuína. Segundo o administrador substituto da administraçãoexecutiva da Funai em Juína, AntônioCarlos Ferreira de Aquino, a intenção da Funai éficar mais perto das comunidades indígenas. “Queremos descentralizar as unidades para que estejam mais próximas dasaldeias. A justificativa dos índios não encaixa com arealidade da Funai. Por exemplo, a aldeia Imutina está naregião médio-norte de Mato Grosso, a 67 quilômetros da cidadede Tangará da Serra, onde existe uma administraçãoexecutiva regional da Funai que também atende os índios e a 140 quilômetros da sede em Cuiabá. Quer dizer, ela estámais perto de Tangará da Serra do que de Cuiabá. E acidade de Juína é uma região muito pobre, quenecessita de uma sede da Funai para dar mais apoio aos índios", rebateu.A sede da Funai emCuiabá vai funcionar agora como Núcleo Operacional.Segundo Aquino, os índios vão continuar sendoatendidos pelos funcionários. “ A sede vai continuar aberta,com os equipamentos, nenhuma caneta saiu de lá. Não háa necessidade da construção de outra sede. A informaçãoque foi passada às comunidades não foi bem explicada, foidistorcida, e agora eles não aceitam que sejam esclarecidaspelos servidores regionais e, sim, pelo poder maior da Funai, que ficaem Brasília”, disse Aquino.