Médicos deveriam ter treinamento específico para diagnosticar dengue, diz especialista

03/04/2008 - 9h52

Hugo Costa
Repórter da Agência Brasil
Brasília - Os profissionais desaúde que trabalham em áreas de incidência dedengue deveriam receber orientação específicapara diagnosticar a doença, defende o médicoinfectologista Paulo Olzon. Na noite de ontem (2), em entrevista ao programa Diálogo Brasil, da TV Brasil, eleafirmou que os sintomas da doença são comumenteconfundidos com outros males. “Seriainteressante fazer um treinamento com esses médicos para queeles tivessem uma uniformidade em relação aoatendimento e aos critérios de diagnóstico. Dengue éuma doença que pode se assemelhar com várias outras. Énecessário que haja uma formação de critériospara que se faça um diagnóstico correto.”Noscasos mais freqüentes, o médico explicou que os sintomasrelatados podem se assemelhar a doenças como a gripe. “Oquadro clássico é acompanhado de dor de cabeçaintensa, nos olhos, febre alta, dores pelo corpo e muscularesintensas. Se confunde com vários quadros infecciosos como aprópria gripe e outros quadros na fase inicial. Por isso achointeressante que haja um certo treinamento do médico nosentido de diferenciar esses quadros.” Olzonafirmou que os tipos de dengue existentes também apresentamdiferenças sintomáticas entre si. Na maioria das vezes,segundo ele, o doente não sabe que estácontaminado.“Aproximadamentedois terços das pessoas, ou mais, apresentam quadroassintomático [sem sintomas] ou com muito poucos sintomas.Essas pessoas nem notaram que eventualmente apresentaram a infecção”.O infectologista disse que, embora menos letal que a febre amarela, a dengue deve receber atenção especial do governo por não haver vacina para imunizar a população e ser mais disseminada em meio urbano.